Recursos do BNDES são da linha de Capital de Giro. Setor de manga no Vale do São Francisco é um dos mais impactados pelo tarifaço
por Cynara Maíra
Publicado em 30/09/2025, às 11h29 - Atualizado às 12h09
Empresas de Pernambuco começaram a receber neste fim de mês recursos do Plano Brasil Soberano, criado pelo governo federal para apoiar o setor produtivo afetado pelas tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já liberou R$ 21 milhões em crédito para companhias do estado.
O valor faz parte da linha de Capital de Giro do programa, voltada para despesas operacionais. Desde o início da operação em 18 de setembro, cinco empresas pernambucanas solicitaram um total de R$ 70,9 milhões.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que a iniciativa busca proteger a economia nacional. "A determinação do presidente Lula é não deixar nenhuma empresa para trás (...) para que mantenham seus negócios, busquem novos mercados e protejam os empregos", disse.
No cenário nacional, o BNDES já aprovou R$ 2,1 bilhões em crédito para empresas afetadas. Desse total, R$ 1,96 bilhão correspondem à linha de Capital de Giro, e R$ 160,8 milhões à linha Giro Diversificação, destinada a empresas que buscam novos mercados.
De acordo com o banco, 3.702 empresas consultaram sua elegibilidade para o crédito desde o início do programa. Dessas, 1.444 entraram por terem um impacto mínimo de 5% no faturamento bruto em função das tarifas.
O setor de produção de manga no Vale do São Francisco, que abrange Pernambuco e Bahia, é um dos mais atingidos pela tarifa estadunidense. A região responde por cerca de 90% das exportações brasileiras da fruta e a geração de 250 mil empregos.
Segundo o produtor e exportador Alex Tenório, "o pior ainda está por vir", já que os Estados Unidos consomem 50% de toda a manga produzida na região no segundo semestre, período que coincide com o pico da safra.