Conexão entre o Porto de Gaolan, na China, e os portos de Santana (AP) e Salvador (BA) vão reduzir tempo de transporte e baratear custos.
por Ana Luiza Melo
Publicado em 22/04/2025, às 11h02 - Atualizado às 13h00
A nova rota marítima direta entre China e Brasil começou a operar nesta semana, conectando o Porto de Gaolan, na cidade de Zhuhai, aos portos brasileiros de Santana (AP) e Salvador (BA).
A iniciativa marca um avanço significativo nas relações comerciais entre os dois países, impulsionando a logística, a economia e o fluxo de mercadorias.
Com essa nova conexão, espera-se a redução no tempo de transporte e no custo dos fretes internacionais, beneficiando setores estratégicos como o agronegócio, a mineração e a tecnologia.
O corredor marítimo direto facilitará a exportação de produtos brasileiros, incluindo soja, carne bovina e minério de ferro, ao mesmo tempo que ampliará a importação de insumos industriais e tecnológicos vindos da Ásia.
Autoridades do setor portuário e do governo comemoram a nova fase do comércio entre os países. Segundo o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, a rota proporciona uma logística mais eficiente e sustentável, além de gerar desenvolvimento econômico para o Norte e o Nordeste do Brasil.
O secretário Nacional de Portos, Alex Ávila, reforçou que “a nova rota fortalece a logística verde brasileira ao reduzir as emissões, conectando o Brasil ao mundo com mais eficiência e responsabilidade ambiental”.
Além dos portos de Santana e Salvador, o Porto do Pecém, no Ceará, também se beneficiará da ampliação das conexões comerciais com a China, reduzindo em até 30 dias o tempo de viagem de mercadorias entre os países.
O Porto de Salvador possui capacidade para receber navios de até 150 mil toneladas de porte bruto, operando com alta eficiência nas operações de carga e descarga.
Já o Porto de Gaolan, na China, é o único de águas profundas na região e movimenta até 160 milhões de toneladas por ano.
Outro porto brasileiro beneficiado pela ampliação das rotas com a China é o Porto do Pecém, no Ceará. O terminal passou a integrar o Serviço Santana, operado pela MSC e APM Terminals, reduzindo o tempo de viagem da China para o Ceará para cerca de 30 dias.
A expectativa é de que a movimentação aumente em até 10%, com destaque para o comércio de frutas, castanhas, granito e equipamentos industriais.