Nordeste fica em 2º lugar em ranking de consumo e ultrapassa o Sul em movimentação da economia

Nordeste deve movimentar R$ 1,5 trilhão em 2025, impulsionada pelo crescimento das cidades do interior e pela ampliação do mercado de trabalho

Cynara Maíra

por Cynara Maíra

Publicado em 08/12/2025, às 08h20 - Atualizado às 09h01

Diversas pessoas sentadas em um painel com fundo consórcio nordeste, em frente pessoas sentadas
Consórcio Nordeste em parceria com bancos públicos também anunciou novos investimentos que devem ampliar essa movimentação na economia do país - Divulgação

Nordeste assume 2º lugar em consumo no Brasil, com R$ 1,5 trilhão previstos para 2025, superando o Sul.

A região responde por 18,6% do consumo nacional, impulsionada pelo interior e pelo emprego formal.

Novos investimentos pela Chamada Nordeste devem aumentar ainda mais a movimentação econômica

O Nordeste assumiu a segunda posição no ranking das regiões que mais movimentam a economia no Brasil, ultrapassando o Sul. Com um consumo estimado em R$ 1,511 trilhão para este ano, a região passa a responder por 18,6% do total nacional, segundo dados do estudo IPC Maps 2025.

O levantamento, que calcula o potencial de consumo das famílias com base em fontes oficiais, aponta que o Sul caiu para a terceira colocação, com 18,5%. Além do avanço estrutural do Nordeste, a mudança também ocorre por conta de impactos pontuais, como as enchentes no Rio Grande do Sul. O Sudeste permanece na liderança isolada.

O crescimento nordestino é puxado pelo crescimento das cidades médias do interior, que aumentam sua base produtiva e atraem investimentos. Nacionalmente, a projeção é que as famílias brasileiras gastem cerca de R$ 8,2 trilhões em 2025, um aumento real de 3,01% em relação ao ano anterior.

Interior ganha protagonismo

O estudo revela uma descentralização do poder de compra. Enquanto a participação das capitais e regiões metropolitanas apresenta leve queda, o interior do país aumentou sua presença para 55,37% no cenário nacional de consumo.

No Nordeste essa situação se concentra em 50 cidades de destaque. Em Pernambuco, Jaboatão dos Guararapes, Petrolina, Caruaru e Paulista são as maiores. Em Jaboatão, a previsão do consumo é de R$ 23 bilhões

O principal ponto que leva a esse aumento nas cidades médias seria também a descentralização de serviços, como entrada do ensino superior e empresas. Cidades como Goiana, por exemplo, tem a fábrica da Stellantis e receberão em breve uma unidade do Instituto Federal (IF). 

Essa mobilização deve ganhar mais tração com a entrada de novos investimentos para região. No começo de dezembro, o Consórcio Nordeste em parceria com os principais bancos públicos do país anunciou R$ 113 bilhões em créditos para projetos na área.

Apenas em Pernambuco foi aprovado R$ 7,3 bilhões para 34 projetos selecionados.