Pacote fiscal de Haddad foi apresentado há uma semana e desagradou o mercado financeiro, mas o verdadeiro teste será a aprovação no Congresso Nacional
por Jamildo Melo
Publicado em 05/12/2024, às 09h16
A pesquisa da Genial/Quaest com o que pensa o mercado financeiro sobre o governo Lula revela não apenas o descontentamento da Faria Lima com o pacote fiscal do ministro Fernando Haddad.
Os agentes do mercado financeiro também apostam que o governo Lula 3 não terá facilidade de aprovar o plano no Congresso Nacional, embora o ministro tenha demonstrado otimismo.
A pesquisa foi realizada entre os dias 29 de novembro e 03 de dezembro, com 103 agentes do mercado finaceiro.
No que toca a relação com o Congresso Nacional, a aposta majoritária dos agentes do mercado financeiro, para 39%, é que o governo Lula 3 terá dificuldades de aprovar o pacote no Congresso. Só 15% cita como altas as chances de aprovação.
Os agentes esperam a aprovação da isenção do IR para quem ganha até cinco salários mínimos.
No entanto, para 66% dos entrevistados, é improvável a aprovação do imposto sobre grandes fortunas. Assim, como fica a bondade com a classe média?
Considerando uma perda de arrecadação de estimados R$ 35 bilhões, haveria menos dinheiro para pagamento de juros, ao final e ao cabo o que realmente interessa aos agentes do mercado financeiro.
Quando questionados sobre as ações do pacote, os entrevistados avaliam 13 inciativas relacionadas ao plano. Entre as 13 medidas citadas como ações que ajudariam ou prejudicariam a economia, o tema da isenção do IR é o pior avaliado.
85% disse achar que prejudica a economia e 15% disse que ajuda (ao fazer a roda da economia girar com mais gastos pelos contribuintes menos esfolados).
O que poderia explicar o pessimismo dos agente financeiros com o governo Lula 3.
De acordo com os dados da pesquisa, 86% avalia que o governo Lula está preocupado com a popularidade do presidente.
Só 29% avalia que a preocupação com o equilibrio fiscal.
Outro dado preocupante da pesquisa é que 53% fala em deixar de comprar títulos públicos brasileiros. O governo federal deve muito e precisa do dinheiro dos investidores para continuar gastando.
63% fala em aumentar as posições de compra de títulos no exterior, por falta de confiança nas ações. Caso esse percepção continue, o governo federal pode ser obrigado a pagar mais caro para vender estes mesmos papeis, alimentando um indesejável efeito bola de neve.
96% diz que a política econômica está indo na direção errada.
88% te expectativa de piora nos próximos 12 meses
78% acha que a economia está operando acima do potencial, mesmo com a certeza de que o Brasil deve crescer 3% pelo terceiro ano consecutivo.
37% acha que a regra do gasto do arcabouço fiscal seria insustentável até 2025. O receio pode ser com medidas populistas para as eleições de 2026.
Segundo a pesquisa, a avaliação negativa do governo Lula chega a 90% das avaliações. 7% acha regular e somente 3% vê como positivo.
58% viu como nada satisfatórias as medidas apresentadas pelo ministro Haddad.
Apesar de mal avaliado o pacote, o ministro Fernando Haddad tem 41% de avaliação positiva, 35% acha Haddad regular e 24% negativo. No entanto, para 61% dos entrevistados, a força do ministro seria menos do que já foi no começo do governo Lula 3.
Por falar em confiança em autoridades, Campos Neto, do Banco Central, é a figura mais confiável de acordo com a pesquisa Quaest. 70% cita o presidente do BC como muito confiável. 69% cita Tarcísio de Freitas e Zema é citado por 47%.
Em comparação, Gabriel Galipolo, nome indicado por Lula para assumir o BC, tem apenas 5% de citação como confiável.
Os dados da pesquisa da Quaest foram levados ao ar no quadro da CBN Recife, nesta quarta-feira, e destalhados aqui no site Jamildo.com.
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