58% viu como insatisfatórias medidas apresentadas por Haddad. Com Bolsonaro inelegível, Tarcísio de Freitas é apontado como melhor nome da direita
por Jamildo Melo
Publicado em 04/12/2024, às 13h12 - Atualizado às 14h20
A Genial/Quaest divulgou uma ampla pesquisa sobre o que pensa o mercado financeiro sobre o governo Lula, uma semana depois de lançado o mais novo pacote fiscal do ministro Fernando Haddad.
A pesquisa foi realizada entre os dias 29 de novembro e 03 de dezembro, com 103 agentes do mercado finaceiro.
Resumindo os resultados, seria possível afirmar que a Faria Lima está bastante crítica com o terceiro governo Lula. E o pacote de ajuste fiscal não agradou muito.
O levantamento de opinião aproveita e faz questionamentos sobre as eleições 2026, quando Lula pode tentar um quarto mandato.
De acordo com os números da Quaest, subiu de 14% em março para 30% agora o percentual de entrevistados no mercado financeiro apostando que Lula não sairá candidato.
Se sair, para 66% dos entrevistados, Lula não será o favorito para vencer as eleições.
Disparado, aparece na frente o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, com 78% das respostas. Ronaldo Caiado, de Goiás, aparece com 9%. Zema, de Minas Gerais, aparece com outros 8%.
E pela Esquerda, quem deveria ser o candidato em 2026? Segundo a pesquisa da Quaest, para 82% dos entrevistados, o melhor nome seria Fernando Haddad. Muito acima do vice Geraldo Alckmin, com 10%. O dado permite uma leitura: Haddad sabe o que fazer, mas Lula não deixa, por conta da política.
No mesmo Brasil em que uma facada decidiu uma eleição, para 76% dos entrevistados da pesquisa com o mercado financeiro, o plano de matar Lula "Não faz diferença nas eleições". 21% disse achar que fortalece Lula.
No que diz respeito a Bolsonaro, é como se a prisão do ex-presidente já estivesse precificada. 55% aposta que ele vai ser preso. 45% aposta que ele não será preso.
Se acontecer a prisão, para 88% dos entrevistados na pesquisa, isto tende a ser mais benéfico para a oposição em 2026.
Segundo a pesquisa, a avaliação negativa do governo Lula chega a 90% das avaliações. 7% acha regular e somente 3% vê como positivo.
58% viu como nada satisfatórias as medidas apresentadas pelo ministro Haddad.
Apesar de mal avaliado o pacote, o ministro Fernando Haddad tem 41% de avaliação positiva, 35% acha Haddad regular e 24% negativo. No entanto, para 61% dos entrevistados, a força do ministro seria menos do que já foi no começo do governo Lula 3.
O que poderia explicar o pessimismo dos agente financeiros com o governo Lula 3.
De acordo com os dados da pesquisa, 86% avalia que o governo Lula está preocupado com a popularidade do presidente.
Só 29% avalia que a preocupação com o equilibrio fiscal.
Quando questionados sobre as ações do pacote, os entrevistados avaliam 13 inciativas relacionadas ao plano. Entre as 13 medidas citadas como ações que ajudariam ou prejudicariam a economia, o tema da isenção do IR é o pior avaliado.
85% disse achar que prejudica a economia e 15% disse que ajuda (ao fazer a roda da economia girar com mais gastos pelos contribuintes menos esfolados).
No que toca a relação com o Congresso Nacional, a aposta majoritaria dos agentes do mercado finaceiro, para 39%, é que o governo Lula 3 terá dificuldades de aprovar o pacote no Congresso. Só 15% cita como altas as chances de aprovação.
Os agentes esperam a aprovação da isenção do IR para quem ganha até cinco salários mínimos.
No entanto, para 66% dos entrevistados, é improvavel a aprovação do imposto sobre grandes fortunas. Assim, como fica a bondade com a classe média?
Considerando uma perda de arrecadação de estimados R$ 35 bilhões, haveria menos dinheiro para pagamento de juros, ao final e ao cabo o que realmente interessa aos agentes do mercado financeiro.
Outro dado preocupante é que 53% fala em deixar de comprar títulos públicos brasileiros. O governo federal deve muito e precisa do dinheiro dos investidores para continuar gastando.
63% fala em aumentar as posições de compra de títulos no exterior, por falta de confiança nas ações. Caso esse percepção continue, o governo federal pode ser obrigado a pagar mais caro para vender estes mesmos papeis, alimentando um indesejável efeito bola de neve.
Por falar em confiança em autoridades, Campos Neto, do Banco Central, é a figura mais confiável de acordo com a pesquisa Quaest. 70% cita o presidente do BC como muito confiável. 69% cita Tarcísio de Freitas e Zema é citado por 47%.
Em comparação, Gabriel Galipolo, nome indicado por Lula para assumir o BC, tem apenas 5% de citação como confiável.
Os dados da pesquisa da Quaest foram levados ao ar no quadro da CBN Recife, nesta quarta-feira, e destalhados aqui no site Jamildo.com.
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