A Prefeitura do Recife promete atender mais de mil famílias vulneráveis com o subsídio de parte do aluguel. Entenda projeto
por Cynara Maíra
Publicado em 21/07/2025, às 10h39 - Atualizado às 11h37
A Prefeitura do Recife anunciou o lançamento do “Tô em Casa”, primeiro programa de locação social do Nordeste.
A proposta, inserida no eixo do ProMorar, vai oferecer voucher de até R$ 600 por mês para auxiliar famílias de baixa renda no pagamento do aluguel, com expectativa de contemplar 1.200 famílias ao longo dos próximos quatro anos.
Segundo o prefeito João Campos (PSB), a iniciativa tem o objetivo de aliviar o peso financeiro de famílias que vivem com até três salários mínimos e destinam grande parte da renda para moradia. A ideia é impedir que o aluguel comprometa mais de 30% da renda dos beneficiados.
“A família vai pagar uma pequena fatia e o resto a Prefeitura vai complementar”, explicou o gestor.
O primeiro edital de chamamento priorizará mulheres chefes de família, especialmente aquelas em situação de violência doméstica.
Também terão prioridade no programa pessoas com deficiência, idosos, famílias com crianças e pessoas LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade.
Para participar, é necessário estar inscrito no Cadastro Único, residir há pelo menos dois anos no Recife e não ter sido contemplado por outros programas habitacionais de interesse social.
O valor máximo do aluguel deverá ser de R$ 1.000, sendo possível o custeio parcial com recursos do município, conforme o perfil socioeconômico da família. A transferência será feita diretamente ao locador, mediante contrato formal, e a contrapartida da família será monitorada.
Além das famílias, a Prefeitura também abriu cadastro para proprietários interessados em disponibilizar imóveis ao programa, desde que localizados em áreas fora de risco ambiental e com condições adequadas de habitabilidade. O processo será conduzido através da plataforma Conecta Recife, por onde também será feito o pré-cadastro dos beneficiários.
O lançamento do programa ocorre poucos meses após a eleição municipal de 2024. Durante o pleito, o déficit habitacional da cidade e as condições de moradia no Recife foram o foco do atual secretário do Meio Ambiente de Raquel Lyra (PSD), o ex-deputado federal Daniel Coelho (PSD).
De acordo com dados atualizados da Fundação João Pinheiro (FJP), 54 mil famílias estão em situação de déficit habitacional no Recife, sendo que cerca de 85% delas enfrentam o chamado ônus excessivo com aluguel, ou seja, destinam mais de 30% da renda para moradia.
Em entrevista para Rádio Jornal na época, João Campos já tinha afirmado que o município planejava uma operação de crédito com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para ampliar as ações de aluguel assistido.
Em paralelo, a gestão prepara uma Parceria Público-Privada (PPP) para viabilizar a locação social na área central do Recife, com previsão de entrega de 1.128 unidades habitacionais no projeto batizado de Morar no Centro.