Crise no SINDIFISCO: Grupo PARIDADE rebate acusações e reforça luta por paridade salarial

Veja a tréplica do Grupo Paridade às declarações do presidente do Sindifisco

Jamildo Melo

por Jamildo Melo

Publicado em 23/05/2025, às 14h26 - Atualizado às 14h57

Grupo de auditores fiscais aposentados discorda de gestão do Sindifisco e pediu oficialmente nesta quinta destituição da atual diretoria - Sindifisco/Divulgação
Grupo de auditores fiscais aposentados discorda de gestão do Sindifisco e pediu oficialmente nesta quinta destituição da atual diretoria - Sindifisco/Divulgação

O Grupo PARIDADE, composto por Auditores Fiscais do Tesouro Estadual de Pernambuco, ativos e aposentados, vem, por meio desta, apresentar sua tréplica às recentes e lamentáveis declarações do presidente do SINDIFISCO-PE, publicadas neste respeitável veículo de comunicação em 22 de maio de 2025.

É com profunda consternação que observamos a tentativa da presidência do SINDIFISCO-PE de distorcer os fatos e desqualificar um movimento amplo e representativo.

As declarações recentes, em tom que denota desespero e falta de compromisso com a verdade, estão repletas de alegações que não resistem a uma análise séria da realidade enfrentada pela nossa categoria.

Sobre as falsas narrativas da presidência

A tentativa de rotular nosso movimento como um "golpe de aposentados motivado pelo auxílio-alimentação" é uma falsidade grosseira e uma tática divisionista.

É crucial esclarecer que o movimento PARIDADE transcende a justa indignação dos aposentados e pensionistas; ele é um anseio de toda a categoria, incluindo uma vasta maioria de servidores da ativa que, igualmente, não reconhece mais legitimidade na atual diretoria e clama por sua remoção imediata do SINDIFISCO-PE.

A luta nunca foi pela extensão, aos aposentados, de qualquer auxílio específico, mas pela dignidade,
pelo respeito à isonomia e pela preservação de direitos historicamente conquistados.

É inaceitável como as falas da diretoria do SINDIFISCO, em especial do seu presidente, denotam uma ojeriza aos aposentados – talvez etarismo – e uma certa preferência pelos colegas dos últimos concursos.

Busca, com isso, colocar esses contra os mais antigos, como se a luta do Grupo PARIDADE não visasse a
proteção e os direitos de todos. Mais uma tentativa, malsucedida e grosseira, de falsear a verdade.

Sobre a negativa da quebra de paridade remuneratória

O presidente insiste em negar a quebra da paridade. Contudo, a realidade vivenciada pela categoria é insofismável.

A questão central não se resume à legalidade da extensão do "auxílio- alimentação" aos inativos – ponto que compreendemos à luz da Súmula 55 do STF.

A verdadeira e inaceitável quebra da paridade reside na forma como a remuneração global foi reestruturada no chamado "acordo do século".

Verbas remuneratórias, baseadas em lei complementar e consolidadas ao longo de quase três décadas, que antes garantiam a paridade efetiva entre Auditores e Julgadores da Ativa e Aposentados/Pensionistas, foram suprimidas.

Em seu lugar, foram criados novos benefícios – baseados em frágeis resoluções internas da SEFAZ e um deles destinado exclusivamente aos ativos –, resultando em uma disparidade crescente e concreta na remuneração total.

Há informações preocupantes de que a mesma estratégia está programada para a criação de outras verbas não paritárias nos próximos meses.

Os "ganhos" celebrados pela DC vieram com o alto custo desta grave distorção, que impacta o presente dos já aposentados e ameaça o futuro dos ainda em atividade, metade dos quais já se encontra em condições de aposentadoria. Isso não é "fake news", mas uma constatação matemática e factual, fruto de um acordo imposto sem a devida transparência e debate com todos os filiados

.Sobre a acusação de criação de um ambiente hostil

O Grupo PARIDADE repudia veementemente a tentativa de nos responsabilizar por um "ambiente hostil".

A hostilidade, emana das ações de uma diretoria que ignora o clamor de seus representados, aprova medidas prejudiciais de forma questionável (como a filiação à PÚBLICA CENTRAL, com quórum ínfimo), dificulta o acesso a informações e atas, e utiliza os canais do sindicato para atacar e desqualificar seus próprios filiados.

Nossa mobilização é uma reação democrática e necessária a essa postura autoritária.

As informações que compartilhamos são fruto de análises técnicas e da vivência de quem sente na pele os efeitos de uma gestão que não os representa.

A busca pela destituição é um instrumento legítimo, com previsão estatutária em qualquer Entidade democrática, a ser usada quando a confiança da categoria na sua direção é irremediavelmente quebrada.

Sobre transparência, democracia interna e o sofisma eleitoral

As alegações de transparência e democracia por parte da DC são desmentidas pela realidade:
assembleias cerceadas, dificuldade na obtenção de documentos e decisões cruciais impostas "base da confiança cega". Quanto à sugestão de que o processo eleitoral em julho seria a via para resolver a crise, trata-se de um sofisma.

O estatuto prevê que o processo pode iniciar-se em julho, mas a posse de uma nova diretoria ocorreria apenas em 2 de janeiro do ano subsequente. A atual DC busca, desesperadamente, não uma transição democrática, mas uma sobrevida de mais de seis meses no poder, à revelia do clamor da categoria por sua destituição imediata.

Nossa luta continua

Reafirmamos os motivos que embasam nosso pedido de destituição da atual Diretoria Colegiada: a efetiva quebra da paridade remuneratória, a gestão antidemocrática e pouco transparente, a falta de representatividade dos interesses da maioria da categoria e a utilização da máquina sindical de forma
questionável.

O Grupo PARIDADE não busca o confronto por si só, mas sim a restauração de direitos, o respeito aos filiados e a construção de um SINDIFISCO-PE verdadeiramente forte, democrático e que lute por todos. Continuaremos nossa mobilização de forma serena, mas firme, utilizando todos os meios democráticos e legais para alcançar nossos objetivos, incluindo a convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária.

Agradecemos novamente ao site Jamildo.com.br pelo espaço democrático.

Atenciosamente,

Grupo PARIDADE (Auditores Fiscais do Tesouro Estadual de Pernambuco – Ativos e Aposentados)

Outro lado

Como depois de uma tréplica, pode vir a contestação final, uma conclusão ou até uma nova rodada de argumentação, dependendo do contexto, em respeito ao contraditório, o site Jamildo.com abre novamente espaço para novos esclarecimentos do SINDIFISCO-PE