Citado durante a eleição suplementar em Goiana, na época o Ministério de Silvio Costa Filho negou que qualquer projeto de aeroporto foi encaminhado
por Cynara Maíra
Publicado em 11/07/2025, às 08h20
A agenda do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), nesta sexta-feira (11), em Goiana, pode reacender rumores sobre a proposta de construção de um aeroporto regional no município da Mata Norte pernambucana.
A visita ocorre menos de três meses após a eleição suplementar que elegeu Marcílio Régio (PP) prefeito da cidade, tendo o aeroporto como uma das principais promessas de campanha.
Silvio se encontrará com Marcílio às 14h na sede da prefeitura e, em seguida, visitará a fábrica da Jeep, no Polo Automotivo Stellantis.
A expectativa é de que a pauta oficial foque em infraestrutura logística, mas o histórico recente levanta dúvidas sobre o possível retorno do tema do aeroporto à mesa de negociações, especialmente diante do interesse do Grupo SADA, responsável pelo transporte de veículos produzidos na unidade da Jeep e principal defensor da proposta.
Durante a eleição suplementar de maio, Marcílio Régio divulgou, junto ao ex-prefeito Eduardo Honório (UB), que teria obtido o apoio do Grupo SADA para viabilizar um investimento privado de R$ 1 bilhão na construção do terminal aéreo.
A ideia seria instalar o empreendimento próximo à base logística da empresa no município, em área de 800 mil metros quadrados, com pista de 1.900 metros de extensão, voltada à aviação executiva e ao transporte de cargas.
A proposta também previa a geração de até 20 mil empregos diretos, além da instalação de 25 empresas satélites no entorno do futuro aeroporto. O plano foi apresentado em reunião realizada em Betim (MG), cidade onde a SADA já opera o Aeródromo Inhotim, com modelo semelhante ao proposto.
Na ocasião, o presidente do grupo, Vittorio Medioli, vinculou o projeto à vitória de Marcílio nas urnas. "Esse projeto passa pela sua vitória. Essa é a nossa condição vital para levar esse investimento para Goiana", declarou. O candidato, por sua vez, prometeu priorizar o tema caso fosse eleito.
Apesar da repercussão, o Ministério de Portos e Aeroportos negou qualquer articulação formal sobre o projeto na época.
O secretário nacional de Aviação, Tomé França, afirmou que o ministério não havia sido procurado e que nenhuma análise técnica ou solicitação de autorização havia sido apresentada, ainda que a proposta fosse de caráter privado. “Não existe qualquer articulação neste sentido”, disse França.
A negativa oficial arrefeceu o debate, mas não encerrou a expectativa no município, especialmente entre apoiadores do novo prefeito.