Mesmo com a popularização do trabalho informal, 67% dos brasileiros ainda priorizam a carteira assinada, mesmo que isso signifique receber menos
por Plantão Jamildo.com
Publicado em 23/06/2025, às 13h12
Mesmo com o avanço do trabalho informal e do empreendedorismo, dois em cada três brasileiros ainda consideram mais importante ter um vínculo formal de trabalho, mesmo que isso signifique ganhar menos. É o que revela a mais recente pesquisa do Instituto Datafolha, realizada nos dias 10 e 11 de junho com 2.004 pessoas em 136 municípios de todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais
Apesar desse dado, há uma mudança em curso: entre 2022 e 2024, caiu de 77% para 67% o número de pessoas que valorizam a formalidade mesmo com remuneração menor. Ao mesmo tempo, subiu de 21% para 31% o percentual de quem prefere um trabalho informal com mais rendimento. Os que não souberam responder representaram 2% em ambos os anos.
A pesquisa também ouviu os entrevistados sobre o que é melhor: ser contratado por uma empresa ou trabalhar por conta própria. Nesta pergunta, feita pela primeira vez, 59% preferem atuar de forma autônoma, ante 39% que se dizem mais à vontade com emprego formal. A preferência pelo trabalho independente é maior entre os jovens de 16 a 24 anos (68%) e menor entre os com mais de 60 anos (50%).
Por gênero, 71% das mulheres priorizam o vínculo com carteira assinada, ante 62% dos homens. O grau de escolaridade também influencia: 75% dos entrevistados com ensino fundamental dizem preferir a CLT, número que cai para 66% entre quem tem ensino médio e 59% entre os que possuem ensino superior.
A renda familiar é outro fator de impacto. Entre os que recebem até dois salários mínimos, 72% preferem a formalidade. Já entre os que ganham acima de 10 salários mínimos, essa fatia é de 56%.
Entre os ocupados, aposentados (80%) e servidores públicos (72%) são os que mais valorizam o vínculo formal. Por religião, 71% dos católicos dão preferência à carteira assinada, ante 64% dos evangélicos.
A identificação política também se reflete nas respostas. Entre eleitores do PT, 73% preferem a formalidade; no caso dos eleitores do PL, o número cai para 54%. A avaliação do governo também influencia: entre quem considera o presidente Lula “ótimo ou bom”, 76% valorizam a carteira; entre os que o classificam como “ruim ou péssimo”, o número é 57%.
Por fim, a percepção sobre o futuro do país também pesa. Entre os que se dizem otimistas, 72% preferem o vínculo formal, contra 62% entre os pessimistas.