Carnaval de Olinda: mais de 97% dos cachês não teriam sido pagos, afirma vereadora

A vereadora Eugênia Lima, do PT, protocolou um Pedido de Informação cobrando explicações da gestão municipal

Clara Nilo

por Clara Nilo

Publicado em 16/06/2025, às 16h43 - Atualizado às 17h08

A vereadora cobrou a gestão municipal - Tiago Calmon
A vereadora cobrou a gestão municipal - Tiago Calmon

A vereadora Eugênia Lima (PT) afirma que mais de 97% dos valores empenhados pela Prefeitura de Olinda para agremiações, artistas e grupos culturais do Carnaval não teriam sido pagos - mesmo após a prestação de contas de muitos desses grupos.

De acordo com ela, sem a elaboração de um relatório oficial por parte da gestão municipal, a informação teria surgido através de uma análise feita dos dados do Portal da Transparência.

Segundo a análise, a Prefeitura teria empenhado cerca de R$ 9 milhões para pagamentos após a assinatura de contratos com fazedores de cultura. Dentro deste valor cerca de R$ 1 milhão teria sido liquidado e R$ 35 mil efetivamente pagos (2,31% dos valores que seriam devidos).

Lima ressalta a Lei do Carnaval (nº 5.306/2001) e afirma que os valores deveriam ter sido repssados até 30 dias após o Carnaval, além da necessidade da produção de um relatório financeiro com os gastos do período. Ela protocolou um Pedido de Informação cobrando explicações da gestão municipal.

“É um escândalo. Mais de três meses se passaram e a Prefeitura não prestou contas do Carnaval, como manda a lei. E pior: quem fez a festa, quem trabalhou e animou as ruas da cidade, segue sem receber. Isso é inaceitável. A prefeita Mirella precisa dar explicações. Por que esconder o relatório? É porque não pagaram ninguém?”, questiona Eugênia.

Plano de contenção de gastos

Em março deste ano, a prefeita Mirella Almeida (PSD) instituiu um plano de contingenciamento de gastos públicos em toda a estrutura do Executivo Municipal. 

O objetivo foi ajustar o orçamento de acordo com as prioridades da gestão, o que deveria garantir o equilíbrio das contas.

O decreto estabeleceu que todas as secretarias e órgãos da administração direta e indireta devem reduzir despesas em serviços como consumo de combustível, terceirizações e gratificações.