BNB tem melhor resultado do semestre em todos os seus 73 anos, enquanto o Banco do Brasil vê refração de mais de 40%
por Cynara Maíra
Publicado em 15/08/2025, às 07h24 - Atualizado às 07h51
O Banco do Nordeste (BNB) fechou o primeiro semestre de 2025 com o melhor resultado de seus 73 anos, na contramão do desempenho do Banco do Brasil (BB), que viu o lucro recuar.
Entre janeiro e junho, o BNB contratou R$ 34,8 bilhões em operações de crédito, alta de 19,2% na comparação com igual período de 2024, e desembolsou R$ 29,1 bilhões, crescimento de 7,7%. O lucro líquido alcançou R$ 1,38 bilhão, avanço de 35,6% e o maior já registrado pela instituição para o período.
O resultado foi impulsionado pelo aumento da carteira de crédito administrada, que somou R$ 165,7 bilhões, crescimento de 15,7% em um ano, e pelas receitas com prestação de serviços.
O programa de microcrédito urbano Crediamigo contratou R$ 6,5 bilhões no semestre, alta de 18,3%, enquanto o Agroamigo, voltado ao setor rural, somou R$ 4,4 bilhões em mais de 330 mil operações. Micro e pequenas empresas receberam R$ 2,9 bilhões em crédito em 21 mil novas contratações.
A inadimplência acima de 90 dias na carteira própria foi de 3,6%, um ponto percentual acima do registrado no mesmo período de 2024. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio ficou em 20,4% ao ano, aumento de 1,5 ponto percentual.
Enquanto o BNB celebrava recordes, o Banco do Brasil enfrentou retração. O lucro líquido ajustado do BB no semestre foi de R$ 11,2 bilhões, queda de 40,7% frente ao mesmo período de 2024.
Apenas no segundo trimestre, o lucro recuou 60%, para R$ 3,8 bilhões. A instituição atribuiu o resultado a novas regras contábeis do Conselho Monetário Nacional e ao aumento da inadimplência, que passou de 3% no segundo trimestre do ano passado para 4,21% no mesmo período deste ano, influenciada principalmente pelo agronegócio.
Mesmo com a queda nos lucros, o BB registrou crescimento na carteira de crédito, que atingiu R$ 1,3 trilhão ao fim de junho, avanço de 11,2% em 12 meses. Houve alta em segmentos como pessoa física (R$ 342,6 bilhões), pessoa jurídica (R$ 468 bilhões) e agronegócio (R$ 404,9 bilhões). No entanto, a instituição reduziu de 40% para 30% o percentual de lucro distribuído aos acionistas.
Segundo a presidente da instituição, Tarciana Medeiros, a queda deve ser momentânea, causada pelo momento de ajustes para ampliar o crescimento.