Banco do Nordeste e BNDES insere quase R$ 9 milhões em projetos para garantir a restauração da caatinga. Projeto foi anunciado na quarta (27)
por Cynara Maíra
Publicado em 28/11/2024, às 12h37
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) anunciaram na quarta-feira (27) o lançamento de investimentos de R$ 8,8 milhões.
O objetivo dos recursos destinados é apoiar até quatro projetos voltados à restauração ecológica e ao fortalecimento da cadeia produtiva em áreas da Caatinga e regiões com clima árido.
Cada ação deverá abranger ao menos 100 hectares, com prazo de execução de até 48 meses. Os projetos com direito a receber o recurso serão selecionados por edital no âmbito da iniciativa Floresta Viva, do BNDES.
A chamada pública será conduzida pelo Fundo Brasileiro pela Diversidade (Funbio), que administrará os recursos provenientes do Fundo Socioambiental do BNDES e do BNB. A contribuição de cada Banco será de R$ 4,4 milhões. Além de gerenciar os repasses, o Funbio acompanhará a implementação e os resultados das iniciativas.
O anúncio foi feito durante reunião do Comitê Regional das Instituições Financeiras Federais (Coriff), na sede da Sudene, no Recife.
Participaram do momento a diretora de Crédito Digital do BNDES, Maria Fernanda Coelho, o diretor de Planejamento do BNB, Aldemir Freire, e o superintendente da Sudene, Danilo Cabral. O comitê é composto por representantes do BNDES, Banco do Nordeste, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.
As áreas prioritárias incluem unidades de conservação e regiões vizinhas nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Os projetos podem ser realizados em áreas de preservação permanente, reservas legais, assentamentos rurais, territórios indígenas e quilombolas, desde que atendam aos critérios definidos no edital.
Organizações sem fins lucrativos, com pelo menos dois anos de experiência em projetos de conservação ou recuperação ambiental, podem participar da seleção.
O envio das propostas deve ser feito até 21 de fevereiro de 2025. A formação de parcerias estratégicas com outras instituições também será considerada.
Para o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, os projetos vão além da preservação ambiental.
"Restaurar a Caatinga, incluindo os agricultores familiares, vai além da preocupação com as mudanças climáticas, a captura de carbono e a desertificação. Ela fortalece a soberania alimentar do País e gera oportunidades para o desenvolvimento de sistemas alimentares saudáveis para as pessoas que vivem lá, uma das metas do governo do presidente Lula”, afirmou Mercadante.
O presidente do BNB, Paulo Câmara, destacou a importância da iniciativa: "Queremos incentivar boas práticas que aliem o desenvolvimento econômico e social do semiárido com a preservação do bioma caatinga".
O programa Floresta Viva, coordenado pelo BNDES, prevê investimentos de R$ 500 milhões em sete anos para a recuperação de biomas brasileiros.
A expectativa é restaurar entre 25 mil e 35 mil hectares, o que pode retirar até 11 milhões de toneladas de CO₂ da atmosfera em 25 anos.
O projeto contribui para metas globais de combate às mudanças climáticas e está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Além disso, reforça compromissos da Convenção da Diversidade Biológica, no âmbito do Marco Global Kunming-Montreal.
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