Projeto da Professora Ana Lúcia prevê que a 3ª semana de maio tenha foco em valorizar as mães atípicas, mulheres que tenham filhos com TEA
por Cynara Maíra
Publicado em 14/05/2025, às 09h22 - Atualizado às 10h16
Recife terá, pela primeira vez, uma semana dedicada à valorização das mães atípicas, mães de filhos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou alguma deficiência.
A Semana da Maternidade Atípica foi instituída oficialmente no calendário da cidade por meio da Lei Municipal nº 19.376/2025, sancionada pelo prefeito João Campos (PSB) em 9 de maio.
A legislação é de autoria da vereadora Professora Ana Lúcia (REP) e determina que a terceira semana de maio, seja voltada à escuta, acolhimento e reconhecimento das mães que vivenciam experiências de maternidade fora do padrão convencional.
A terceira semana de maio sempre será logo após o dia das mães, que ocorre no segundo domingo de maio.
A proposta havia sido aprovada em forma de substitutivo ao Projeto de Lei Ordinária nº 39/2024.
A vereadora defendeu a semana ao citar que: “São mães que muitas vezes abandonam suas carreiras, sua vida social, e enfrentam solidão e preconceito. Elas precisam de acolhimento, visibilidade e políticas públicas específicas", defende Ana Lúcia.
De acordo com o texto aprovado, o objetivo da nova semana é estimular o debate público sobre o tema e fomentar ações que promovam políticas voltadas à saúde mental dessas mulheres.
A lei também prevê o apoio a iniciativas da sociedade civil e incentiva a participação da família no cuidado e bem-estar das mães e seus filhos.
A proposta da vereadora busca chamar atenção para a sobrecarga enfrentada pelas mães atípicas, que geralmente se tornam as principais — e muitas vezes únicas — responsáveis pelos cuidados, enfrentando falhas na rede de atendimento e ausência de suporte institucional.
Segundo a política, a expectativa é de que a nova data, já integrada no calendário oficial de eventos do Recife a partir deste ano, sirva de estímulo para o poder público ampliar o olhar sobre esse público e incentive a criação de programas estruturados de acolhimento e formação.
A criação da Semana da Maternidade Atípica acontece em um contexto de preocupação crescente com o atendimento a famílias com crianças autistas e outras deficiências.
Um relatório do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) indicam que Recife concentra cerca de 6 mil crianças entre 0 e 14 anos com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Ainda segundo o relatório, Pernambuco tem uma fila de consultas especializadas na área de mais de 10 mil pessoas.