Projeto de reflorestamento urbano no Recife busca ganhar destaque na COP30, na cidade de Belém
por Jamildo Melo
Publicado em 12/11/2025, às 08h33 - Atualizado às 09h41
O Projeto de Revitalização de Áreas Verdes, no entorno do shopping RioMar Recife, é uma iniciativa de reflorestamento urbano que recuperou uma área degradada da Bacia do Pina, antes ocupada por um aterro industrial.
O projeto transformou 2,53 hectares com o plantio de 686 mudas nativas da Mata Atlântica, como ipê, pau-brasil e aroeira.
Atualmente, o espaço possui 75% de cobertura vegetal e árvores de até 15 metros. Também atua na regulação climática local, com média de sequestro de carbono de 1,32 tonelada por hectare ao ano.
A área integra o Parque dos Manguezais, um dos maiores mangues urbanos do país.
O projeto será apresentado na COP30, em Belém, como exemplo de iniciativa privada de regeneração ambiental.
Um projeto de recuperação ambiental desenvolvido no entorno do Shopping RioMar Recife será apresentado na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que começou na segunda-feira (10), em Belém do Pará.
A iniciativa será discutida em painel da zona azul, espaço oficial de debates da ONU, e integra as experiências brasileiras de adaptação climática urbana.
O Projeto de Revitalização de Áreas Verdes (PRAV) foi iniciado em 2012 com o objetivo de recuperar uma área degradada por um antigo aterro industrial na Bacia do Pina, Zona Sul do Recife.
No terreno, funcionava a antiga fábrica da Bacardi. O jornalista Jamildo Melo revelou com exclusividade o fechamento da unidade, ainda no governo Miguel Arraes.
O encerramento de suas operações ocorreu em meados da década de 1990 e gerou uma grande repercussão. A unidade estava instalada no bairro do Pina, na Zona Sul do Recife, desde aproximadamente 1959.
Na época, a oposição usou o fechamento para atacar o governador Miguel Arraes, uma vez que uma das versões para o fechamento da fábrica de bebidas era o fim de incentivos fiscais.
A ação de reflorestamento resultou no plantio de 686 mudas de espécies nativas da Mata Atlântica — como ipês, pau-brasil, ingá e aroeira — em 2,53 hectares.
O local hoje tem 75% de cobertura vegetal, árvores de até 15 metros e uma média de sequestro de carbono de 1,32 tonelada por hectare/ano, integrando-se ao Parque dos Manguezais, um dos maiores manguezais urbanos do país.
A gerente de Sustentabilidade do empreendimento, Thayara Paschoal, apresentará o projeto no dia 18 de novembro, em painel promovido pela ONG britânica Responding to Climate Change (RTCC), reconhecida pela ONU. O tema será “Regeneração: O Compromisso do Nosso Tempo”, com foco na importância da restauração ambiental em áreas urbanas.
No dia seguinte (19), Thayara participa ainda de um painel sobre Comércio Sustentável, que discutirá práticas de descarbonização, cadeias de suprimento resilientes e consumo responsável. O empreendimento também destacará ações locais, como o uso de 100% de energia renovável certificada e o encaminhamento de 70% dos resíduos recicláveis para cooperativas da Região Metropolitana.
O projeto faz parte do Relatório ASG 2024, que reúne as iniciativas ambientais e sociais relacionadas ao complexo RioMar e suas operações em Pernambuco.