Censo 2022 aponta crescimento de domicílios alugados e revela desigualdades habitacionais no Brasil
por Yan Lucca
Publicado em 12/12/2024, às 15h03 - Atualizado às 15h36
O Censo Demográfico 2022 do IBGE revela que 20,9% dos brasileiros viviam em domicílios alugados, mantendo a tendência de crescimento observada nas últimas décadas. Em 2000, essa proporção era de 12,3%, subindo para 16,4% em 2010.
Apesar do aumento de locatários, os domicílios próprios ainda predominam: 72,7% da população brasileira reside em imóveis de propriedade de algum morador. Já os cedidos ou emprestados abrigavam 5,6%, enquanto 0,8% viviam em outras condições.
O levantamento destaca que 94,6% da população mora em domicílios com paredes de alvenaria ou taipa com revestimento. No entanto, 0,004% vive em residências sem paredes, uma realidade comum entre algumas etnias indígenas.
“Conceitualmente no Censo, um domicílio deve ter parede. Entretanto, é feita uma exceção em localidades indígenas, visto que para algumas etnias indígenas brasileiras a casa só tem cobertura. Nesses casos, o IBGE faz essa flexibilização de contabilizar um domicílio que não tenha parede”, destaca Bruno Mandelli, analista da gerência de Indicadores Sociais do IBGE.
A proporção de domicílios com até três cômodos caiu de 29,1% em 1970 para 9% em 2022, enquanto os imóveis com cinco ou mais cômodos ganharam espaço, acompanhando a redução no número médio de moradores por residência.
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O estudo também mostra queda na proporção de domicílios com mais de três pessoas por dormitório, passando de 9,6% em 2000 para 2,6% em 2022. No entanto, desigualdades por raça e cor permanecem: indígenas registraram a maior taxa (53,6%), enquanto para brancos foi de 12,6%.
Proporção de residentes em domicílios com 2 ou mais moradores por dormitório (por cor ou raça):
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