Protestos simultâneos na Grande Recife geram engarrafamentos no Recife e em Olinda. Carroceiros são contra Lei da Tração Animal
por Cynara Maíra
Publicado em 18/08/2025, às 08h53
Carroceiros voltaram a realizar manifestações simultâneas no Recife e em Olinda na manhã desta segunda-feira (18), contra a aplicação da Lei Municipal nº 17.918/2013, que proíbe o uso de veículos de tração animal.
Os atos bloqueiam vias e causam congestionamentos ao longo da Grande Recife, além do rastro de fumaça causado pela queima de pneus e outros objetos.
O Jamildo.com recebeu um vídeo exclusivo da situação na Zona Sul do Recife:
No Recife, a Avenida Agamenon Magalhães está tomada por filas de carros, ônibus e motos no sentido Zona Sul. Passageiros do transporte coletivo chegaram a descer dos veículos e seguir a pé. O Corpo de Bombeiros informou que foi acionado às 6h30 para conter as chamas.
Outras interdições ocorreram nas avenidas Norte, Abdias de Carvalho, Caxangá e Recife, além da Ponte José de Barros Lima, em direção a Boa Viagem. Em Olinda, o protesto atingiu a Avenida Pan-Nordestina, em Ouro Preto.
Esse não é o primeiro protesto do ano. Em 16 de junho, a categoria já havia fechado corredores viários da capital e reclamado da falta de diálogo com a prefeitura. No fim de maio, carroceiros também marcharam até a sede da Prefeitura do Recife.
A norma que proíbe a tração animal foi sancionada há 12 anos, em 2013, mas só regulamentada em 2019. Desde então, os prazos para a retirada definitiva das carroças foram prorrogados em mais de um momento. A ideia é que a aplicação seja gradual. A proibição total está prevista para janeiro de 2026.
Para viabilizar a transição, a prefeitura iniciou em junho um censo dos condutores e animais, exigência para adesão ao Programa Gradual de Retirada de Veículos de Tração Animal.
O cadastro garante indenização pela entrega voluntária dos animais e carroças, além de acesso a cursos de qualificação, microcrédito por meio do CredPop Recife e encaminhamento para vagas na Emlurb e em cooperativas com veículos alternativos.
Em contraste, os carroceiros afirmam que a lei ameaça a subsistência das famílias e pode levar os animais ao abate.
O grupo reivindica a criação de leis construídas em conjunto com a categoria, capacitação pela CTTU, carta de habilitação específica (carta cocheiro), banco de ração e medicamentos, e prorrogação do prazo de retirada.
Entidades de defesa dos animais, por outro lado, defendem a manutenção da lei e afirmam que a circulação de carroças nas ruas representa exploração animal.
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