Após dois afundamentos em 2025, pista do Aeroporto de Noronha termina requalificação

Dois aviões sofreram com o afundamento da pista de pouso de Fernando de Noronha. Governo de Pernambuco ainda fazia requalificação no espaço do aeroporto

Cynara Maíra

por Cynara Maíra

Publicado em 18/08/2025, às 10h04 - Atualizado às 10h37

Último afundamento da pista de Noronha - Reprodução
Último afundamento da pista de Noronha - Reprodução

O Governo de Pernambuco concluiu nesta semana as obras da nova pista de estacionamento de aeronaves do Aeroporto Governador Carlos Wilson, em Fernando de Noronha. A entrega ocorre após dois incidentes em 2025, quando aviões da Azul e da Gol tiveram os trens de pouso afundados no pátio do terminal.

Obras e investimento

De acordo com a Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi), a requalificação incluiu a pista de estacionamento, a recuperação do taxiamento Alfa e a reativação do taxiamento Bravo, que estava fora de operação há mais de dez anos. O investimento total foi de R$ 60 milhões, destinados também à modernização da pista principal de pousos e decolagens.

Segundo o secretário da Semobi, André Teixeira Filho, o objetivo é ampliar a capacidade operacional e garantir mais segurança para pousos e decolagens, além de organizar o tráfego aéreo na ilha, que é um dos principais destinos turísticos do país.

Incidentes de junho

No dia 22 de junho, um avião da Azul atolou no pátio durante o procedimento de pushback para decolar rumo ao Recife.

Uma semana depois, em 29 de junho, um voo da Gol com destino a São Paulo também teve o trem de pouso preso no asfalto, no momento do taxiamento. Em ambos os casos, não houve feridos, mas os episódios acenderam alerta sobre a situação estrutural do aeroporto.

Após os problemas, o Ministério de Portos e Aeroportos e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) cobraram esclarecimentos do governo estadual sobre o cronograma das obras. A concessionária Dix Aeroportos, responsável pela operação do terminal, também havia alertado para os riscos de novos afundamentos em áreas que ainda não tinham sido contempladas pela intervenção.

A obra de requalificação começou em dezembro de 2024, após sucessivos adiamentos, e foi dividida em etapas. A primeira fase, entregue em março de 2025, recuperou o eixo central da pista principal, o que permitiu a retomada dos voos com aeronaves a jato, suspensos desde outubro de 2022 por determinação da Anac.