Confronto entre torcidas teve participação de monitorados por tornozeleira eletrônica

A violência protagonizada por torcedores de Santa Cruz e Sport no último sábado (1º) envolveu não apenas membros das chamadas torcidas organizadas, mas também indivíduos que deveriam estar sob monitoramento eletrônico. A Operação Jogo Sujo, realizada pela Secretaria de Administração e Ressocialização (SEAP), identificou pessoas privadas de liberdade (PPLs) descumprindo as regras da tornozeleira eletrônica durante os tumultos.

Com autorização do Poder Judiciário, na segunda-feira (3), a Polícia Penal recolheu dois monitorados ao sistema prisional por violação das normas de monitoramento. A ação reforça a fiscalização do regime semiaberto.

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Torcida organizada ou facção criminosa?

A relação entre clubes e torcidas organizadas também foi alvo de críticas do secretário de Defesa Social de Pernambuco, Alessandro Carvalho. Durante coletiva de imprensa, ele revelou que dirigentes de Santa Cruz e Sport financiam passagens e ingressos para integrantes desses grupos, que frequentemente estão envolvidos em episódios de violência.

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Tem diretor de clube que financia, dá passagem de ônibus, ingresso para entrar, confraterniza com pessoas que foram presas. Não é só pensar na parte financeira do futebol. Eles tem que participar junto com a FPF na situação para agir”, afirmou.

O secretário também não hesitou em classificar as organizadas como facções criminosas, ressaltando que esses grupos são estruturados para confrontos e ataques contra torcedores rivais.

Medidas para conter a violência nos estádios

Para tentar conter a violência dentro e fora dos estádios, o governo estadual anunciou um conjunto de medidas:

• Implementação do ingresso digital

  • Pessoal e intransferível
  • Cadastro obrigatório no ato da compra

• Cadastro de reconhecimento facial

  • Foto do rosto vinculada ao ingresso
  • Biometria facial nas catracas

• Controle rigoroso de entrada nos jogos

  • Aplicação do reconhecimento facial em todos os acessos aos estádios

Além disso, o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Álvaro Porto, solicitou à Federação Pernambucana de Futebol a suspensão das partidas durante o período do Carnaval, temendo novos episódios de violência em meio às festividades.