Cynara Maíra | Publicado em 27/11/2025, às 07h30 - Atualizado às 08h06
Segurança parece ser um dos novos temas da corrida entre a governadora Raquel Lyra (PSD) e o prefeito João Campos (PSB).
Após Raquel falar que segurança é sua responsabilidade, ampliar o arsenal das polícias do estado e divulgar com pompa as novas formações de policiais militares e civis, João Campos tenta dar uma resposta para mais uma corrida de entregas entre os adversários.
Na quarta-feira (26), o prefeito do Recife formalizou a entrada do Recife no programa Município Mais Seguro, uma iniciativa do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A capital pernambucana é a primeira cidade do país a entrar no programa.
Após a formalização, o Ministério da Justiça deve enviar para prefeitura 1.165 unidades de armamento não-letal, sendo 125 armas de eletrochoque e 1.040 sprays incapacitantes. No Diário Oficial desta quinta-feira (27), o prefeito assinou um decreto no qual regulamenta o uso dessas ferramentas por parte da Guarda Civil da cidade.
Segundo o texto do DO, o uso desses recursos seria apenas para "situações de injusta agressão, perigo atual ou iminente, ou diante de comportamento manifestamente agressivo". Também só poderão usar os recursos os agentes previamente treinados para tal.
Além do recebimento de equipamentos, o projeto prevê que a cidade participe de projetos temáticos como o Projeto Nacional de Qualificação do Uso da Força, o Projeto Nacional de Polícia Comunitária e o Programa Escuta SUSP, relacionado com o cuidado da saúde mental dos agentes de segurança.
Esse poderá ser um teste para as equipes da Guarda Municipal que terão acesso a armas. Segundo João Campos, os grupos armados da guarda devem chegar às ruas do Recife até março de 2026, pouco antes do período em que o prefeito precisaria renunciar ao cargo para disputar o Governo de Pernambuco.
Em outubro, 80 agentes da Guarda Municipal do Recife passaram por capacitação no uso de armas letais. Novas turmas devem entrar no treinamento em breve.
Assim como citou em sua entrevista para CBN Recife, João Campos disse que a segurança não deve ser tratada do ponto de vista ideológico, mas sim técnico.
"Não podemos cair no risco de construir um debate pautado apenas em opiniões ou posicionamentos ideológicos, porque existem temas que exigem rigor técnico, como este. Esse é um novo ciclo que se inicia, e é muito importante dar clareza sobre o que é permitido e o que não é. O Recife está fazendo o dever de casa, seguindo esse processo com rigor e responsabilidade", afirmou o prefeito durante a solenidade.
A situação ocorre logo após diversas investidas da governadora na área da segurança. Na semana passada, a governadora entregou R$ 73 milhões em equipamentos para o setor de segurança do estado, incluindo um helicóptero.
Segundo a última pesquisa Quaest, Segurança se tornou a principal demanda da população brasileira, com 38% do total. Esse poderia ser um plano para ampliar a avaliação da gestão do Governo de Pernambuco na Região Metropolitana do Recife (RMR), local em que João tem vantagens.
A ideia de João Campos poderia ser repetir o impacto positivo dos novos recrutas da Polícia Militar, apelidados de "laranjinhas", com a guarda municipal da cidade.
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