Após Governo Raquel Lyra apresentar novas ações, MPPE cancela audiência sobre retenção de macas na rede estadual

Cynara Maíra | Publicado em 14/07/2025, às 07h38 - Atualizado às 08h10

Raquel Lyra nomeou novos profissionais de saúde - Yacy Ribeiro/Secom
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O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) cancelou a audiência pública que estava marcada para a próxima terça-feira (15) e que discutiria a retenção de macas do SAMU nas principais unidades hospitalares da rede estadual.

A decisão foi tomada após a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) apresentar um conjunto de medidas consideradas suficientes, até o momento, para mitigar o problema.

O caso vinha sendo monitorado pelas promotorias da Saúde da Capital desde o ano passado, após denúncias sobre o impacto da retenção das macas no atendimento de urgência e emergência na Região Metropolitana do Recife.

Segundo o próprio MPPE, o impasse comprometia o funcionamento do SAMU e colocava em risco o tempo de resposta em casos graves, uma vez que os equipamentos vinham sendo utilizados como leitos improvisados nas unidades de referência.

Diante do agravamento da situação e da ausência de um plano efetivo de contingência, o MPPE chegou a convocar representantes da Secretaria Estadual de Saúde, gestores hospitalares e autoridades do setor para uma audiência pública. No entanto, após a reunião realizada em 10 de julho, a pasta apresentou três novas ações que mudaram o rumo da condução do processo.

Entre as medidas apresentadas pelo governo, está a aquisição de mil novas macas, com processo licitatório já concluído e previsão de entrega em até 20 dias úteis após a emissão da nota de empenho.

Também foi informado o início da implantação de um sistema de monitoramento de macas, já em operação no Hospital Getúlio Vargas e com expansão prevista para os Hospitais da Restauração e Otávio de Freitas.

Além disso, a SES-PE comunicou a elaboração de um estudo técnico para dimensionar a demanda futura por novos equipamentos, considerando um plano de redistribuição de macas entre os municípios.

Com base nessas informações, as promotoras Helena Capela e Eleonora Marise Rodrigues decidiram suspender o encontro, que seria realizado no auditório da OAB Pernambuco.

Elas ressaltaram que o Ministério Público continuará acompanhando o andamento das ações anunciadas, cobrando a entrega dos equipamentos e o funcionamento do sistema de controle. Caso as promessas não sejam cumpridas dentro do prazo, o órgão pode retomar os procedimentos, inclusive com a judicialização do caso.

Saúde segue como principal demanda popular

A suspensão da audiência ocorre num momento em que a saúde aparece como o terceiro tema mais cobrado pelos eleitores de Pernambuco.

Segundo pesquisa do Instituto Informa divulgada no mês passado, 35% dos entrevistados apontam a saúde como a principal área que precisa ser priorizada pela gestão de Raquel Lyra (PSD).

O levantamento ainda revela que apenas 6,8% reconhecem esforço da governadora no setor. 

Diante desse cenário, o governo estadual tem intensificado os anúncios na área da saúde. Além da compra das novas macas, foram inauguradas UTIs pediátricas no Hospital Dom Moura, em Garanhuns, e anunciadas quatro novas maternidades regionais.

Em paralelo, está em andamento a requalificação de quatro grandes hospitais da Região Metropolitana do Recife, com investimento superior a R$ 110 milhões.

A gestão também se comprometeu a retirar e reconstruir o Hospital Getúlio Vargas em novo endereço, como parte do processo de descentralização e modernização da rede estadual.

Mesmo assim, o tema continua sendo um dos pontos mais sensíveis para o governo, que enfrenta cobranças tanto da população quanto de órgãos de controle.

Saúde Raquel Lyra MPPE

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