Cynara Maíra | Publicado em 24/11/2025, às 12h03 - Atualizado às 13h03
Após a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no final de semana, a vereadora Kari Santos (PT) subiu à tribuna da Câmara dos Vereadores do Recife nesta segunda-feira (24) com uma gaiola de madeira coberta por um pano bege.
Ao iniciar o discurso, revelou o objeto com uma foto impressa do rosto de Bolsonaro e duas placas com os dizeres "Bolsonaro preso".
Durante sua fala, Kari classificou o momento como "grande dia" e proferiu uma série de xingamentos, chamando o ex-presidente de "vagabundo", "frouxo" e "cretino".
A vereadora citou que sua declaração na Câmara seria para "comemorar a prisão daquele que atentou contra a democracia" e associou o episódio às mortes durante a pandemia.
"Talvez é muita cloroquina na cabeça. Na verdade, foram vozes que ele ouviu das 700 mil vítimas da Covid-19, que falou: 'Vai lá, Bolsonaro, chegou a tua hora, desgraçado, de ser preso'", disparou a petista.
Logo após a fala, o presidente da Casa, Romerinho Jatobá (PSB), solicitou ao setor legislativo que retirasse dos anais da sessão "as palavras que não condizem com a expressão que deve ser falada na tribuna".
O uso de objetos cênicos para atacar adversários nacionais não é inédito no legislativo pernambucano.
Do outro lado do espectro político, em março de 2024 o deputado estadual Alberto Feitosa (PL) levou à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) um boneco do mosquito-da-dengue com o rosto do presidente Lula (PT).
Na ocasião, o aliado de Bolsonaro apelidou a figura de "Presidengue" para criticar a gestão federal diante da epidemia da doença e acusar o governo de omissão no suporte a prefeitos e governadores. O item continua no gabinete do deputado.
No PodJá- O Podcast do Jamildo, Alberto Feitosa contou sobre a criação do "presidengue", confira:
Jair Bolsonaro foi detido preventivamente no sábado (22), por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Moraes, a decisão ocorreu por riscos à ordem pública e indícios de tentativa de violação da tornozeleira eletrônica que o ex-presidente usava em prisão domiciliar desde agosto de 2025.
Moraes citou a "periculosidade" do político e o risco de fuga como determinantes para a transferência para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília.