Prisão de Bolsonaro: Moraes permite visita de Michelle; defesa tem até este domingo (23) para explicar violação de tornozeleira

Encontro de Bolsonaro e familiares ocorre hoje (23). Defesa precisa justificar uso de "ferro de solda" na tornozeleira

Cynara Maíra

por Cynara Maíra

Publicado em 23/11/2025, às 13h39 - Atualizado às 14h08

Julgamento de Jair Bolsonaro no STF
Julgamento foi preso no sábado (22). Argumento de Moraes foi chance de fuga após tentativa de rompimento de tornozeleira eletrônica - DIVULGAÇÃO/ STF/ Tom Molina

Alexandre de Moraes (STF) autorizou a visita de Michelle Bolsonaro à PF neste domingo (15h às 17h).

A defesa precisa especificar quais filhos visitarão o ex-presidente para obter liberação.

Advogados têm até as 16h30 deste domingo para explicar o uso de um "ferro de solda" na tornozeleira eletrônica, admitido por Bolsonaro.

A prisão preventiva foi motivada pelo risco de fuga associado à violação do equipamento e a uma vigília convocada por Flávio Bolsonaro.

A Primeira Turma do STF analisará a manutenção da prisão na segunda-feira.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro a visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Superintendência da Polícia Federal (PF), onde ele cumpre prisão preventiva.

O encontro deve ocorrer neste domingo, entre 15h e 17h.

A decisão, no entanto, impõe condicionantes para a visita dos filhos. Moraes determinou que a defesa explique previamente quais dos cinco filhos e da enteada do ex-presidente pretendem visitá-lo para devida autorização.

Os advogados pediram a entrada dos familiares no sábado, sem especificar datas.

Michelle Bolsonaro não estava na residência no momento da prisão, ocorrida na manhã de sábado, pois viajou a Fortaleza para um encontro do PL Mulher.

Defesa tem prazo para explicar dano à tornozeleira

Além da questão das visitas, a defesa de Bolsonaro tem até às 16h30 deste domingo. para explicar ao STF sobre a violação da tornozeleira eletrônica do ex-presidente, ocorrida na madrugada de sábado.

Um relatório técnico da Secretaria de Administração Penitenciária (Seape) do Distrito Federal, acompanhado de vídeo, registra que o próprio Bolsonaro admitiu ter tentado abrir o dispositivo.

No diálogo gravado com uma diretora adjunta do presídio, o ex-presidente confessa o método utilizado: "Meti ferro quente aí. Curiosidade... Ferro de solda".

Moraes citou o incidente na decisão da prisão preventiva. "A informação constata a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga", escreveu o ministro.

A prisão preventiva foi decretada a pedido da Polícia Federal, sob o argumento de garantia da ordem pública.

A corporação alertou que uma vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no condomínio onde o pai cumpria prisão domiciliar poderia gerar "tumulto" e criar um "ambiente propício para sua fuga", facilitado pela confusão da manifestação e pelo rompimento do monitoramento eletrônico.

Bolsonaro permanece na Superintendência da PF pelo menos até este domingo, quando passará por audiência de custódia.

Na segunda-feira, a decisão de Moraes irá para análise dos demais ministros da Primeira Turma do STF, em sessão virtual extraordinária.