Raquel Lyra rebate decisão de Álvaro Porto e diz que disputa política atrasa obras

Plantão Jamildo.com | Publicado em 19/11/2025, às 12h12

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Governadora Raquel Lyra (PSD) pediu, nesta quarta-feira (19), que a Assembleia Legislativa de Pernambuco vote a operação de crédito de R$ 1,7 bilhão solicitada pelo Executivo, que iria para a Ordem do Dia na terça-feira (18), mas caiu numa briga política sobre o aumento do valor pago das emendas parlamentares. A declaração foi feita em resposta ao presidente da Casa, deputado Álvaro Porto (PSDB), que anunciou que o projeto não será analisado este ano.

Raquel disse que a operação é fundamental para garantir o andamento de intervenções consideradas prioritárias, como o Arco Metropolitano e o primeiro trecho da duplicação da BR-232, entre São Caetano e Belo Jardim. Segundo ela, apenas essas duas obras somam cerca de R$ 1 bilhão em investimentos previstos.

Pernambuco tem pressa. E não sou eu que tenho. Esse dinheiro é para obras aguardadas há muito tempo pela população”, afirmou. A governadora argumentou que o Estado reorganizou suas finanças e tem capacidade para contratar crédito. “É assim que se faz no mundo inteiro, nas empresas e nos governos”, disse.

Raquel pediu que o projeto seja levado ao plenário, embora tenha ressaltado que a decisão cabe ao Legislativo. “Faço um apelo à Assembleia para que paute, que coloque em plenário. Não estou dizendo que haja obrigação, porque existe a independência dos poderes. Mas, quando os projetos chegam ao plenário, a maioria firme da Alepe tem aprovado praticamente por unanimidade”, declarou.

Ela afirmou ainda que os recursos são destinados a áreas como saúde, habitação e infraestrutura, e disse que o atraso na votação compromete o cronograma de entregas. “Esses recursos não são para mim, são para o povo pernambucano”, disse. Raquel também afirmou que o processo tem transparência e competitividade. “As empresas estão vindo disputar, está gerando empregos e alavancando outros setores.”

A governadora defendeu que o momento exige “capacidade de união” e criticou o que considera um tensionamento político desnecessário. “A população nem sabe o que está acontecendo na Alepe, mas quer de nós generosidade e união. Não é hora de disputa política atrapalhar o desenvolvimento do Estado”, afirmou.

Raquel questiona atraso; Álvaro Porto diz que análise ficará para 2026

Raquel atribuiu o impasse ao tempo de tramitação da proposta. Segundo ela, o projeto está há 170 dias na Alepe. “Fizemos uma média no Brasil e, em qualquer estado, a análise leva cinco dias. Fui deputada por seis anos e sempre aprovamos operações de crédito em 48h ou 72h. Naquela época, eu era base e Priscila era oposição, mas ela nunca interrompeu operação de crédito”, disse. A governadora afirmou que todas as informações e documentos solicitados já foram enviados ao Legislativo.

Na terça-feira (18), Álvaro Porto anunciou que a matéria só será retomada em fevereiro de 2026, após o recesso parlamentar. Ele afirmou que não há prejuízo para o Estado e que o montante solicitado corresponde ao espaço fiscal do próximo ano. “A governadora manda no Palácio do Campo das Princesas. Aqui, não”, disse o presidente da Alepe.

Segundo Porto, parlamentares alertaram que o governo já obteve cerca de R$ 11 bilhões em autorizações de crédito desde 2023 e não conseguiu executar integralmente os valores. “A administração estadual está mais para banqueira e imobiliária que para governadora”, afirmou, citando a compra do edifício da Neoenergia para sediar a Secretaria de Educação.

A reação do presidente ocorreu após a governadora orientar a base a votar contra a Proposta de Emenda Constitucional que previa fixar em 2% da receita corrente líquida o montante das emendas parlamentares a partir de 2027. A PEC não chegou a ser incluída na ordem do dia.

Porto disse que a Alepe retomará a análise apenas no próximo ano legislativo. “Vamos avaliar o que o governo conseguiu fazer: se contratou os empréstimos aprovados, se entregou obras estruturantes, como o Arco Metropolitano. Não podemos permitir que dívidas fiquem para a próxima gestão, porque este governo termina no próximo ano”, afirmou.

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