Plantão Jamildo.com | Publicado em 09/10/2025, às 14h25 - Atualizado às 14h29
A governadora Raquel Lyra (PSD) tem mantido o discurso de evitar tratar de eleições, mas, nos bastidores, articula a montagem da chapa que deve disputar a reeleição em 2026. Um possível acordo nacional entre PSD e PT pode influenciar diretamente os planos da governadora, que avalia a formação de uma chapa com quatro nomes ao Senado — dois oficialmente e dois de maneira informal.
Segundo interlocutores, os nomes mais fortes para a composição da chapa ao Senado são Humberto Costa (PT) e Eduardo da Fonte (PP). Já os “por fora”, como definiu uma fonte, seriam os pré-candidatos do Partido Liberal (PL), Gilson Machado e Anderson Ferreira. Sem um nome competitivo para o Governo do Estado, o PL deve concentrar esforços na disputa legislativa e pode manter um alinhamento não formal com Raquel Lyra, com gestos públicos de apoio, mas sem integrar a chapa oficialmente.
O nome do ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (União Brasil), também vem sendo citado como possível integrante da composição. O principal impasse do presidente do União Brasil em Pernambuco é que ele é aliado de João Campos e o partido está em processo de federação com o Progressistas (PP). Ainda segundo a fonte revelou, apesar de João Campos tentar o PP para a sua órbita, a legenda, presidido em Pernambuco por Eduardo da Fonte, deve seguir - por ora - com Raquel Lyra na próxima eleição.
A federação entre União e PP obriga as legendas a atuarem como uma só agremiação, o que tornaria impossível para Miguel seguir na pré-candidatura ao Senado e no palanque de João Campos (PSB) — adversário da governadora em 2026.
Para Humberto Costa, o alinhamento com Raquel Lyra não seria um obstáculo. O senador petista, que tentará a reeleição, tem desempenho favorável entre o eleitorado da governadora. Pesquisa do Instituto Informa, divulgada em maio, mostrou Humberto com 24,2% das intenções de voto entre os eleitores que dizem votar em candidatos apoiados por Raquel Lyra, seguido de Anderson Ferreira (18,1%) e Eduardo da Fonte (9,3%).
No grupo de eleitores ligados ao prefeito João Campos, Humberto aparecia atrás de Marília Arraes (Solidariedade), que liderava com 28,4%, seguida pelo próprio Humberto, com 16,3%, e Miguel Coelho, com 12,3%.
A articulação local é influenciada por negociações em andamento no cenário nacional. O PSD tem mantido diálogo com o PT em estados como Bahia, Amazonas e Minas Gerais, o que pode se repetir em Pernambuco.
O líder do PSD no Senado e ex-governador da Bahia, Otto Alencar, discutiu com o presidente do partido, Gilberto Kassab, e com o governador do Paraná e pré-candidato à presidência, Ratinho Júnior, a conjuntura de 2026. Otto reforçou seu apoio histórico ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmando que deve manter essa posição caso o petista dispute a reeleição.
O PSD ocupa atualmente três ministérios no governo federal — Minas e Energia, Agricultura e Pesca — este último chefiado pelo pernambucano André de Paula. Apesar da presença na Esplanada, a sigla também trabalha para viabilizar uma candidatura própria de oposição ou apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Há, contudo, a possibilidade de o PSD indicar o vice na chapa de Lula caso o cenário nacional caminhe para uma reedição da aliança, a depender da avaliação frente ao eleitorado do presidente Lula. Nesse contexto, uma parceria entre PT e PSD em Pernambuco se tornaria mais viável, reforçando o palanque de Raquel Lyra em 2026.
Em resposta a apuração, a governadora Raquel Lyra repassou a aliados que não teve movimento nesse sentido e que o assunto nunca teve em pauta. “Nunca falei sobre isso, nem discuti. Nem pensei”, disse, ao minimizar as especulações.
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