Raquel Lyra anuncia compra de hospital em Paulista por R$ 170 milhões

Aquisição do Hospital Nossa Senhora Aparecida, em Paulista, por R$ 170 milhões, amplia rede pública de saúde e ocorre em meio a cobranças da oposição

Plantão Jamildo.com

por Plantão Jamildo.com

Publicado em 08/10/2025, às 15h38 - Atualizado às 17h16

Governadora Raquel Lyra
Governadora Raquel Lyra - Foto: Yacy Ribeiro/Secom

A governadora Raquel Lyra (PSD) anunciou, nesta quarta-feira (8), a compra do Hospital Nossa Senhora Aparecida, localizado em Paulista, na Região Metropolitana do Recife. Ela afirmou durante o acompanhamento das ações da Carreta da Saúde da Mulher, na secretaria da Saúde. O investimento, de R$ 170 milhões, tem o objetivo de ampliar a oferta de leitos e reforçar a rede pública estadual de saúde. O valor aplicado foi divulgado pela Folha de Pernambuco e confirmada pela reportagem.

O hospital, adquirido já equipado e mobiliado, passará a integrar o Sistema Único de Saúde (SUS) de Pernambuco, com 230 leitos disponíveis. A estrutura conta com centro cirúrgico composto por cinco salas, unidades de terapia intensiva, consultórios clínicos e salas especializadas para hemodinâmica vascular, cardíaca e neurológica, além de áreas para recuperação pós-anestésica.

Estamos fazendo o maior investimento público da história da saúde de Pernambuco. Adquirimos um hospital em Paulista justamente para agilizar a reforma do Hospital da Restauração. Ele vai funcionar como uma unidade de retaguarda, permitindo que parte dos serviços do HR sejam transferidos temporariamente para lá, enquanto avançamos com as obras”, disse a governadora Raquel Lyra.

Segundo o governo, o novo equipamento público será voltado para atendimentos de urgência e emergência, com foco em procedimentos de alta complexidade, como neurocirurgias e cirurgias ortopédicas, atualmente concentradas no Hospital da Restauração (HR). A gestão estadual afirma que a unidade ajudará a reduzir a sobrecarga do HR, principal emergência pública do Norte e Nordeste.

Essa aquisição representa um grande avanço na oferta de atendimento especializado pelo SUS em Pernambuco. Esse investimento garante ao Estado uma nova unidade de saúde de ponta, que contará com um tomógrafo de 64 canais e uma moderna sala de hemodinâmica, fortalecendo a assistência em áreas estratégicas”, explicou a secretária de Saúde, Zilda Cavalcanti.

Hospital Nossa Senhora Aparecida, em Paulista

O Hospital Nossa Senhora Aparecida fica localizado no bairro Vila Torres Galvão, às margens da rodovia PE-15.

Zilda Cavalcanti cobrada na Alepe

O anúncio ocorre em meio a críticas da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), que vem cobrando melhorias na infraestrutura hospitalar e na execução de obras prometidas para o setor. Deputados têm questionado a demora na reforma do Hospital da Restauração e a manutenção de unidades da rede estadual, após acidentes com elevadores em hospitais do Recife.

Em 17 de setembro, a secretária estadual de Saúde, Zilda Cavalcanti, foi convocada pela Comissão de Saúde da Alepe para prestar esclarecimentos sobre a aplicação dos recursos destinados à manutenção dos hospitais da Região Metropolitana, após a queda de um elevador no Hospital da Restauração.

Zilda mencionou o total de R$ 57 milhões em investimentos nas reformas de grandes hospitais nos dois anos e oito meses da atual gestão (entre 2023 e 2025). “Sou militante do  SUS (Sistema Único de Saúde) há 35 anos. E eu não me lembro, na minha história do SUS, de ver tanto investimento na saúde em tão pouco tempo”, disse. A secretária também apresentou um vídeo de 12 minutos mostrando o “antes e depois” das obras nas unidades de saúde.

Ela também salientou que houve aumento no valor de compra de equipamentos e manutenção nos hospitais. Segundo os dados apresentados, foram R$ 38 milhões com gastos de manutenção na atual gestão – mais de cinco vezes mais do que os R$ 7 milhões destinados à rubrica entre 2015 e 2022. 

Além disso, foram investidos R$ 75 milhões em novos equipamentos durante a atual gestão. O número é referente a hospitais próprios da rede, e não inclui equipamentos adquiridos em hospitais geridos por Organizações Sociais – o que elevaria o valor até o patamar de R$ 100 milhões em aquisições, segundo a secretária.