Plantão Jamildo.com | Publicado em 26/09/2025, às 11h11
O líder do PSB na Câmara dos Deputados, Pedro Campos, afirmou que a eventual decisão da Casa de manter o mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP), condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), representaria um constrangimento institucional. Zambelli foi condenada por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A parlamentar está presa na Itália desde 29 de julho, enquanto as autoridades locais analisam o pedido de extradição apresentado pelo Brasil. Mesmo detida, Zambelli prestou depoimento, na quarta-feira (24), à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que avalia o processo de perda do seu mandato. A decisão final caberá ao plenário da Casa.
“Se essa Casa decidir que Zambelli pode continuar a exercer o seu mandato parlamentar, basicamente essa Casa estará dizendo que uma pessoa presa, quer seja na Itália ou em regime fechado aqui no Brasil, pode manter um mandato de parlamentar e deputada federal”, declarou Pedro Campos em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. “E isso é um constrangimento e um absurdo para a Casa. Isso é uma coisa que a sociedade não vai aceitar nem vai admitir”, continuou.
O parlamentar afirmou que a situação é incompatível com o exercício da função legislativa. “Ainda nesse Parlamento cabe todo tipo de visão, mas não cabe uma deputada presa estar exercendo o mandato. Esse Parlamento não pode virar um lugar onde as pessoas estão presas e deputadas ao mesmo tempo”, acrescentou.
Pedro Campos também criticou a decisão da Mesa Diretora da Câmara e do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos), de levar ao plenário a votação sobre a cassação do mandato.
“Em respeito à população, a Mesa deveria ter decidido pela perda do mandato e que assumisse o suplente que pudesse aqui se posicionar”, afirmou. “E não estar transformando uma coisa que foi uma condenação na Justiça, de uma pessoa que decidiu fugir do país, que foi presa na Itália, como se fosse uma heroína de estar aqui protegendo as prerrogativas parlamentares”, concluiu.
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