Cynara Maíra | Publicado em 28/11/2024, às 08h19 - Atualizado às 09h00
Enquanto a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados votava o Projeto de Emenda à Constituição (PEC) que busca proibir o aborto mesmo em casos legais, diversas mulheres protestaram contra o projeto na Câmara dos Deputados.
Dentre as manifestantes, estava a vereadora eleita do Recife Kari Santos (PT). A petista está em Brasília para participar da Jornada das Mulheres Sem Medo de Mudar o Brasil, do Instituto "E se fosse você?" da ex-deputada federal e ex-candidata à vice-presidência Manuela D'Ávila.
Promovido em parceria com a Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial e com a Comissão dos Direitos da Mulher, o evento ocorria enquanto a CCJ votava a PEC do aborto.
“Essa é a PEC do estupro, da violência contra a mulher. É a PEC que vai de encontro ao direito à vida das mulheres. Imaginem uma criança de 10 anos ter que gerar um bebê fruto de violência e ainda conceder o direito ao abusador de ser pai. Isso é um retrocesso total a tudo que conquistamos, é um abuso do nossos corpos e nossas mentes", citou Kari Santos.
Segundo conta a vereadora eleita para o site Jamildo.com, com a conclusão do evento das mulheres, as participantes descobriram sobre a votação na CCJ e foram tentar impedir a PEC de ser aprovada na comissão.
"Fizemos de tudo para tentar impedir a votação, ocupamos a CCJ, mas depois usaram a força policial para nos tirar da sala e para evitar a nossa manifestação", afirmou Kari Santos.
De acordo com a política, algumas das mulheres que discutiram violência política contra mulheres no evento do Instituto acabaram realmente sendo agredidas pela polícia durante a manifestação.
Apesar da mobilização das mulheres que ocuparam a Câmara, o projeto foi aprovado com 35 votos a 15. Se aprovada, a PEC 164/12 poderá proibir o aborto nos casos previstos em lei:
O projeto ainda precisará passar por uma comissão especial que será formada. Apenas após esse processo o texto irá ao Plenário da Câmara, onde necessita de 308 votos favoráveis em dois turnos para ser aprovada.
A temática do aborto já tinha ganhado visibilidade no meio de 2024, quando a temática seria votada diretamente no plenário. Após a mobilização da sociedade civil, o texto foi encaminhada para os trâmites tradicionais nas comissões correspondentes.
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