PDT busca Marília Arraes enquanto negocia federação com PSB que pode levá-la ao palanque de João Campos

Plantão Jamildo.com | Publicado em 02/12/2025, às 19h11

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O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz (PDT), afirmou que a ex-deputada Marília Arraes é hoje um dos principais nomes em negociação para integrar o PDT em Pernambuco. Segundo ele, em entrevista à Rádio Cidade, em Caruaru, a sigla trabalha para recompor a chapa proporcional de 2026 e tem buscado lideranças com votação consolidada no Estado.

Wolney disse que as conversas ocorrem em meio ao esforço de reorganização do partido, conduzido por ele e por seu pai, o ex-prefeito de Caruaru Zé Queiroz, presidente estadual da legenda desde que assumiu o Ministério da Previdência, em maio deste ano.

Tem muita gente boa querendo vir para o PDT. Não posso dizer, senão atrapalha as negociações, mas há dois nomes de muito peso”, afirmou. “Uma dessas possibilidades é a ex-deputada Marília Arraes, que esteve em Caruaru.”

Segundo o ministro, Marília avalia deixar o Solidariedade e mira uma candidatura ao Senado. “Ela não esconde de ninguém que tem a possibilidade de sair do Solidariedade, embora elogie muito Paulinho da Força, que a trata muito bem”, afirmou.

Ele disse que a pré-candidata ao Senado poderia compor um projeto eleitoral mais amplo da legenda. “Se trouxermos Marília e mais um ou dois nomes, já conseguimos montar uma votação sólida.”

Na última semana, a ex-deputada federal se reuniu com Zé Queiroz, em Caruaru, numa série de agendas pelo interior. "Vamos seguir rodando o estado, do litoral ao sertão, ouvindo e juntando esse time massa", disse nas redes sociais.

Possível federação com o PSB

O PDT está de olho em unir forças para uma federação partidária ao lado do Cidadania e do PSB, que ainda não está consolidada nacionalmente, mas as negociações avançam e há expectativa de formalização até o primeiro trimestre de 2026, conforme a exigência legal.

Esse movimento aproxima Marília Arraes do palanque de João Campos - pré-candidato ao governo de Pernambuco - na segunda vaga pelo Senado. A outra vaga é tida como certa pelo candidato à reeleição, Humberto Costa, num acordo nacional entre PT e PSB, onde Geraldo Alckmin deve permanecer na vice-presidência.

Durante evento da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) no Recife, João Campos, presidente nacional do PSB, defendeu a construção de uma aliança com ambos os partidos como forma de fortalecer o “campo democrático”.

"É uma conversa de aproximação partidária, entendendo os desafios que os partidos têm e com muita esperança de poder construir politicamente juntos. Não tenho nenhuma dúvida de que há interesse em caminhar lado a lado", disse o prefeito do Recife.

Campos lembrou que o PSB já tem um histórico de diálogo com o PDT. As tratativas por uma federação entre os dois remontam a 2022 e têm o objetivo de ampliar a representação no Congresso. Os dois partidos ainda precisam superar a cláusula de desempenho eleitoral, e consolidar uma frente programática comum.

"O nosso interesse, do PSB, sempre foi dialogar e tentar um arranjo que fortaleça não apenas os partidos envolvidos, mas também um campo político que consideramos essencial no cenário nacional", disse o prefeito à época.

A articulação é interpretada nos bastidores como uma tentativa de reorganizar a centro-esquerda, especialmente diante das dificuldades enfrentadas por outras federações. Tanto o agrupamento formado por PT, PCdoB e PV como a aliança PSOL-Rede enfrentam disputas internas e desgastes que se acentuaram nas eleições municipais do ano passado.

Vaga no Senado

Embora Marília tenha se reaproximado de João desde as eleições 2022, quando concorreu ao governo de Pernambuco, ela não é o único nome cotado para compor o bloco que se forma ao redor do líder do PSB. O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), é hoje um dos aliados mais presentes do prefeito e aparece como nome na disputa - e ainda conta com o apoio do presidente Lula (PT).

Outro nome ventilado é o de Miguel Coelho (União Brasil), que participou de agendas recentes com João e também é cotado para ser um possível vice na chapa majoritária, apesar da pré-candidatura ao Senado.

Outros nomes podem seguir para o PDT

Caso Marília Arraes vá para o PDT, é possível que leve consigo a irmã, a deputada federal Maria Arraes (Solidariedade). Outro nome cotado é a volta do deputado federal Túlio Gadelha, atualmente no Rede Sustentabilidade.

Em 2022, o PDT sofreu na montagem da chapa proporcional. Apesar de ter recebido mais de 60 mil votos, Wolney não conseguiu a renovação do mandato devido a contagem dos votos da legenda.

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