Cynara Maíra | Publicado em 07/07/2025, às 07h51 - Atualizado às 08h30
Durante participação no podcast PodJá, o ex-ministro do Turismo Gilson Machado (PL) falou sobre sua possível candidatura ao Senado em 2026 e comentou a pretensão do presidente estadual do PL Pernambuco, Anderson Ferreira, de também disputar a vaga.
Ao comentar sobre o caso, Gilson evitou a posição de conflito comum entre o bolsonarista e Anderson. Segundo o ex-ministro do Turismo, há espaço para duas candidaturas ao Senado por Pernambuco.
Apesar da postura mais conciliadora, o político deixou claro que o apoio de Jair Bolsonaro (PL) está com ele. O nome de Gilson tem sido ventilado como o principal representante do ex-presidente na disputa pelas duas vagas que estarão em jogo em 2026.
Questionado sobre a intenção de Anderson Ferreira, em também se lançar ao Senado, Gilson respondeu que não há impedimento legal ou político, mas reforçou sua posição na preferência de Bolsonaro.
“É legítimo que ele queira ser candidato ao Senado. Como também é legítimo eu manter minha candidatura [...] O presidente já deixou claro em várias entrevistas que o candidato dele sou eu”, afirmou.
A declaração vem em meio a um histórico recente de atritos entre Gilson Machado e Anderson Ferreira.
Em 2024, Gilson reclamou que Anderson priorizava candidaturas familiares, como a do vereador Fred Ferreira, e que o parlamentar cunhado de Anderson omitia o apoio institucional para sua campanha a prefeito do Recife.
As tensões também envolveram o diretório nacional. O presidente do partido, Valdemar da Costa Neto, chegou a dizer ao fim de 2024 que não mandaria mais dinheiro para candidatura de Gilson para Prefeitura do Recife porque a vitória de João Campos (PSB) já era certa. "Dinheiro não foi feito para queimar”, disse o político na época.
Apesar do embate, Gilson afirmou no PodJá que não vê necessidade de conflito e que, se as regras do partido permitirem, ambos podem disputar. “São duas vagas. Nada impede que os dois sejam candidatos pelo mesmo partido, embora o presidente Bolsonaro já tenha feito sua escolha”, comentou.
Sobre seu distanciamento momentâneo de Bolsonaro, Gilson citou restrições legais. “Não posso dar detalhes, mas não estou podendo me comunicar com algumas pessoas, inclusive com o presidente. O processo está em segredo de justiça”, disse. Mesmo assim, negou ter sido abandonado. “Isso é canalhice. Toda a família dele me deu apoio. Os filhos postaram mensagens. Dizer que fui deixado de lado é mentira".
Veja o episódio completo:
A troca de farpas entre Gilson e Anderson ilustra a divisão interna do PL em Pernambuco. Enquanto o ex-ministro é apoiado por lideranças mais próximas ao bolsonarismo raiz, Anderson mantém interlocução com Valdemar da Costa Neto e tem feito movimentos de aproximação com a governadora Raquel Lyra (PSD), o que também gera atritos com os setores mais conservadores do partido.
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