Jamildo Melo | Publicado em 02/11/2024, às 09h22
O prefeito reeleito do Recife, João Campos, não pretende descartar o PT em seu segundo mandato.
"Vamos manter o PT no governo, claro. Vamos fazer uma composição com os partidos que estiveram conosco", afirmou, no programa Roda Vida, da TV Cultura. "Acreditamos na política e vamos governar para quem precisa".
No ar, o prefeito do PSB negou que tenha que se opor ao PT, que poderia optar por aliar-se a Raquel Lyra, em uma composição para o Senado. São duas vagas em 2026 e muitos candidatos, na chamada Frente Popular.
"No final do ano, vamos ter uma definição, com a montagem do segundo governo. 2026 vai ser tratado em 2026. Vamos montar um novo governo (no Recife)", observou.
Antecipando ao cenário de 2026, João Campos disse que votará em Lula e elogiou o ministro da Economia, Fernando Haddad, por buscar equilíbrio nas contas públicas e "trazer para o concreto", apresentado como a busca de dar resposta aos anseios dos cidadãos.
Também elogiou o ministro da Educação, Camilo Santana, estrela em ascensão no PT do Nordeste após eleger o prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão.
Na mesma entrevista, João Campos criticou a condução da comunicação do governo, por gerar ruídos desnecessários.
"O governo Bolsonaro não entregava (gestão), mas criava uma cortina de fumaça para esconder esta não entrega. O governo Lula tem entregas, mas aí recebe (Nicolas Maduro) com honras de estado. Nicolas Maduro aniquila qualquer conquista. Tem que vencer todo dia, não é só resolver a economia", afirmou, deixando subentendido que não pode haver espaço para que a oposição faça "fumaça".
Para evitar questionamentos na relação com o PT, seja no Recife ou ao nível nacional, João Campos também afirmou que as rusgas foram superadas.
"Em 2014, Eduardo Campos (que brigou com Dilma) saiu candidato e seria presidente (se não fosse o acidente que o vitimou). Se ele fosse eleito, não haveria esta polarização", disse.
"Veio 2022, temos um vice-presidente do PSB, em composição com Lula. Então, tenho que isto (diferenças, rusgas) já foram superadas. O PSB foi o maior partido a apoiar Lula, cristalizando este compromisso... as pessoas acertam e erram na caminhada", afirmou, em uma possível referência ao apoio a Aécio Neves, do PSDB, aniquilado pelo bolsonarismo em todo país.
Sobre as composições nacionais em 2026, João Campos disse que a conversa tem que ser com o campo democrático, em uma referência ao bolsonarismo.
"Não sei quem vai ser o que no futuro, mas em qualquer situação, o governador de São Paulo vai ser uma figura de ponta nacional", afirmou, sobre o pós-Bolsonaro. Na Veja deste fim de semana, o ex-presidente diz que o candidato da Direita vai ser ele.
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