João Campos entrega 'receita do sucesso' no programa Roda Viva

João Campos, no Roda Vida, sugeriu uma série de ações para que os políticos tenham sucesso na gestão

Jamildo Melo

por Jamildo Melo

Publicado em 29/10/2024, às 11h24

João Campos explica no Roda Viva seu sucesso nas urnas e com eleitores - Foto: Reprodução / TV Cultura
João Campos explica no Roda Viva seu sucesso nas urnas e com eleitores - Foto: Reprodução / TV Cultura

Com a autoridade de quem foi eleito com quase 80% dos votos no Recife, nas eleições 2024, o prefeito João Campos (PSB) foi questionado no programa Roda Viva sobre gestão e comunicação e entregou o que lhe parece ser a receita do sucesso.

Como primeiro ponto, João Campos defendeu ser verdadeiro.

"O problema é que as pessoas se apresentam como não são. Nevar o cabelo, por exemplo. Eu faria independentemente do cargo. Então, seja o que você é. Se é fechado, seja fechado. Se é leve, seja leve", afirmou.

João Campos explica "sucesso" com eleitores

"No caso do Recife, parece que a oposição acreditou que é só ter uma rede social forte. Não é. A comunicação é importante, ninguém quer um prefeito que não saiba se comunicar... mas eu não era um personagem a procura de um autor. Nós tínhamos um volume enorme de obras", comparou.

"Qual o problema de dançar (no Carnaval), com o cabelo nevado? Dias depois, eu estava na ONU (para receber um prêmio internacional), com o cabelo pintado de acaju, sendo a mesma pessoa. A cidade não é feita só de quem pensa igual", defendeu.

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O prefeito usou até o caso dos evangélicos, nestas eleições. A oposição tentou usar o segmento contra ele, mas não teve sucesso.

"Havia um momento em nossas pesquisas internas que nos tínhamos 80% de apoio dos evangélicos. Sabe porque? Ninguém é só evangélico.. o evangélico vai à creche, ele vai a praça (ele) foi impactado pelas entregas da gestão", afirmou.

O prefeito disse que era importante ouvir as pessoas, na condução da gestão. E citou ao menos dois exemplos.

Um deles é curioso e diz respeito a um conserto que deveria ser feito no Campo do Onze, em Santo Amaro. Um dos lados do campo é maior que o outro, "é troncho", torto.

"Na reforma, os engenheiros queriam consertar, mas as pessoas que usam fizeram um protesto. Combinamos uma votação, ver que eles queriam, eles nasceram ali. Não é que deu maioria para manter o campo troncho? Tem que combinar com o povo, ter capacidade de ouvir", ensinou.

João Campos recomendou que se saísse dos discursos (apenas ideológicos) e se partisse para entregas concretas.

Neste momento, João Campos, analisado o Nordeste, em que houve avanço de partidos de centro, afirmou que os problemas estão buscando solução, enquanto alguns partidos ou pessoas discutem identitarismo.

"As regiões metropolitanas do Nordeste, seja em Pernambuco, seja em Alagoas, são como o Sudeste, as pessoas querem alguém que resolva, seja o problema da segurança, mobilidade, infraestrutura, educação. Nas cidades de menor porte do Nordeste pode haver um apelo mais progressista, de centro-esquerda", comparou.

"Veja o caso da educação... direita e esquerda disputam o tema com chavões, mas nada que resolva de fato o problema, como bem sabe a Tabata Amaral. A solução é a creche, que ainda libera a mãe para trabalhar"

João Campos ainda sugeriu fugir do discurso polarizado, não correr apenas atrás de likes. Falou mesmo de correr de sensacionalismo.

"Nas redes sociais, é um erro ir para comunicação violenta. Ela até entrega (likes), mas não se deve ir por aí. O caminho é a comunicação não violenta. E como engajar sem ir para a comunicação agressiva? Leveza, brincadeira e espontaneidade", ensinou.

Não é só rede social: Gestão digitalizada

João Campos também sugeriu que os gestores se antecipem às solicitações dos cidadãos e use a digitalização com este fim.

"A melhor propaganda é um serviço bem feito. No Recife, não se dá três clicks, é zero click. O cidadão não precisa pedir. Ele não tem direito? Ofereça", explicou, citando a entrega da carteira de idoso pelo WhatsApp.

O socialista contou que, ainda na pandemia, decidiu que toda a vacinação seria digital, marcada pelo usuário. Hoje, 87% dos serviços são digitalizados. "Nosso aplicativo de serviços tem 1,6 milhão de pessoas cadastradas. Não tem outra cidade com esta proporção. Sem exagero, Recife é exagerado mesmo.

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