Gilson Machado reage à prisão de Bolsonaro: “dia manchado na história”

Plantão Jamildo.com | Publicado em 22/11/2025, às 08h33

-
COMPARTILHE:

Ler resumo da notícia

Ex-ministro do Turismo Gilson Machado afirmou que a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ocorrida na manhã deste sábado (22), representa “um dia manchado na história do Brasil”. A declaração foi dada em entrevista à Rádio Jornal após a detenção autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Polícia Federal (PF).

Gilson disse ter sido informado sobre a prisão por meio da imprensa e relatou que recebeu “cerca de 50 ligações de Brasília” durante as primeiras horas do dia. “Bolsonaro foi levado para a superintendência da PF e preso preventivamente. Não tem nada a ver com o julgamento, como eu fui preso preventivamente e solto em 12 horas. Todos estão perplexos de como as coisas estão acontecendo”, afirmou. 

Em material enviado à imprensa, ex-ministro ainda alegou a 'coincidência' em Bolsonaro ser preso no dia 22 - número do Partido Lberal nas urnas. "22, um sábado de manhã. Não precisa ser iluminado intelectualmente para acordar para o que está acontecendo no meu país, no seu país".

Gilson declarou que o momento é “difícil” e associou sua percepção à experiência pessoal após ter sido preso em junho deste ano. “A pior sensação que pode ter é sentir que você está pagando por algo que você não fez”, disse. Gilson também afirmou que “só um Senado forte pode corrigir o que está acontecendo hoje” e acrescentou: “No final, a justiça que vai prevalecer é a justiça de Deus.”

Prisão de Jair Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso na manhã deste sábado (22) após decisão do Supremo Tribunal Federal, que atendeu a pedido da Polícia Federal pela prisão preventiva. A medida não está ligada ao processo em que ele já foi condenado por tentativa de golpe de Estado.

A PF argumentou que a mobilização convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em frente ao condomínio onde o ex-presidente cumpria prisão domiciliar representava risco à ordem pública. Bolsonaro foi detido por volta das 6h, sem registro de resistência, e levado para a sede da PF, onde passou por exame de corpo de delito.

Em nota, a corporação informou apenas o cumprimento do mandado. O ex-presidente ficará em sala de Estado na Superintendência da PF. A defesa afirmou que ainda não havia sido notificada oficialmente.

Bolsonaro estava em prisão domiciliar desde 4 de agosto, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, que apontou descumprimento de medidas cautelares e uso de redes sociais de aliados para difundir mensagens contra o STF.

Prisão de Gilson Machado

Gilson Machado foi preso em 13 de junho em operação da Polícia Federal, ao desembarcar no Recife após participar de um evento com Bolsonaro em Natal (RN). A prisão havia sido autorizada pelo STF após a PF e a Procuradoria-Geral da República apontarem suspeitas de tentativa de obtenção de passaporte português para facilitar eventual saída do país por Mauro Cid, investigado por crimes como fraude em cartões de vacinação, organização de milícias digitais, tentativa de golpe de Estado e lavagem de dinheiro.

A defesa do ex-ministro afirmou que ele apenas buscava regularizar documentos do pai. “Não roubei, não matei, apenas tentei ajudar o meu pai a tirar o passaporte”, disse Gilson em nota. Segundo o advogado, “ele ligou para o consulado e agendou a visita do pai, que tem 85 anos. No dia seguinte, o pai foi até lá com o irmão de Gilson”.

Gilson deixou o sistema prisional na noite do mesmo dia, após o ministro Alexandre de Moraes revogar a prisão preventiva. Ele passou cerca de 12 horas custodiado no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife.

Jair Bolsonaro Gilson Machado STF alexandre de moraes

Leia também

Ex-presidente Bolsonaro é preso em operação da PF


Após atritos com Anderson, Gilson Machado admite possibilidade de mudar de partido "palavra final é de Bolsonaro"


Gilson Machado defende bandeira dos EUA em ato de 7 de Setembro: “Aliado histórico”