Plantão Jamildo.com | Publicado em 10/08/2025, às 14h03 - Atualizado às 14h16
A pouco mais de um ano das eleições, o Partido Liberal (PL) estabeleceu uma regra nacional que impede filiados com mandato eletivo de declarar apoio a pré-candidaturas de outros partidos. A resolução, aprovada em julho pela executiva nacional, vale para todas as esferas — federal, estadual e municipal — e prevê punições para quem descumprir a determinação.
"Fica vdado a todos os detentores de mandato eletivo, eleitos pelo Partido Liberal, em todo território nacional, manifestação pública de apoiamento em todas as suas formas, a pré-candidatos (as) de outras agremiações partidárias", afirma o relatório.
Embora o texto assinado pelo presidente nacional, Valdemar Costa Neto, tenha sido assinado no dia 29 de julho, ele foi divulgado pelo PL na terça-feira (5). O documento prevê que manifestações de apoio, explícitas ou veladas, a nomes de outras legendas poderão resultar na suspensão do repasse de recursos do fundo partidário e do fundo eleitoral em 2026. Além da restrição financeira, a norma também abre espaço para procedimentos disciplinares internos, que podem levar à expulsão do filiado.
Segundo a direção nacional, a medida “traduz” a linha de atuação do partido e está fundamentada no “interesse partidário” e em diretrizes “legitimamente estabelecidas”. Um dirigente ouvido pelo site Jamildo.com afirma que o objetivo é uniformizar a estratégia eleitoral e garantir que o comando nacional acompanhe e autorize articulações nos estados.
O documento também reforça o poder da executiva nacional para intervir nos diretórios estaduais e municipais. Pela norma, o PL pode anular convenções, cancelar candidaturas e substituir dirigentes locais a qualquer momento, sempre que considerar que o “interesse partidário” está em risco.
Na prática, a nova regra da sigla bolsonarista pode isolar a legenda e dificultar pré-candidaturas em diversos estados, incluindo Pernambuco.
O desempenho do PL nas eleições municipais de 2024 ficou abaixo das expectativas traçadas após o bom resultado nacional em 2022. Foram apenas dois prefeitos eleitos. Mano Medeiros, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana e Mary Gouveia, em Escada, município da Zona da Mata Sul.
Mano Medeiros, inclusive, seguindo o documento, não poderá subir no palanque ou declarar apoio à própria esposa e pré-candidata à Alepe, Andrea Medeiros, que filiou-se ao PSD, da governadora Raquel Lyra.
Entre as 15 maiores cidades do estado, o partido conquistou 23 cadeiras de vereador (8,1%) das 283 possíveis. Na Região Metropolitana do Recife, o percentual subiu para 8,7% (16 de 184), mas com peso significativo de Jaboatão dos Guararapes, que concentra mais de um terço desse total. Sem Jaboatão, o índice cai para 5,7% nos principais municípios da RMR.
Para 2026, o partido deve concentrar esforços na disputa pela vaga ao Senado, com o presidente estadual, Anderson Ferreira, como pré-candidato. Também estão no radar a formação das chapas para a Câmara Federal e a Assembleia Legislativa. A sigla, no entanto, não apresenta candidato competitivo eleitoralmente ao governo estadual.
O único nome testado foi o ex-ministro de Turismo, Gilson Machado, que tem ficado em terceiro lugar, pontuando entre 5% e 6% das intenções de votos, atrás do prefeito do Recife, João Campos (PSB), e da governadora Raquel Lyra (PSD), candidata à reeleição. Outro nome ventilado foi o do apresentador Cardinot, que negou a possibilidade de disputar o Palácio do Campo das Princesas.
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