Cynara Maíra | Publicado em 05/03/2025, às 07h43
O deputado federal Eduardo da Fonte (PP) confirmou a notícia revelada pelo Jamildo.com sobre a possibilidade de filiação do ex-ministro Gilson Machado (PL), do deputado estadual Coronel Alberto Feitosa (PL) e do vereador Gilson Filho (PL) ao Progressistas (PP).
Em meio a especulações sobre a saída do trio do PL, o presidente estadual do partido falou ao Blog Ponto de Vista que as portas estão abertas para a chegada dos aliados.
"São bem-vindos e terão todas as condições de desempenhar os seus mandatos", declarou Eduardo da Fonte, sobre a possível articulação que pode consolidar o afastamento do grupo de Anderson Ferreira, presidente do PL em Pernambuco.
O principal motivo para uma mudança seria o descontentamento com a condução do PL no estado e a busca por uma nova estrutura partidária com mais recursos e apoio para 2026.
A saída do trio do PL representaria um enfraquecimento para o grupo Ferreira, enquanto fortaleceria o palanque bolsonarista no PP de Pernambuco. Em entrevistas, Feitosa já deixou claro que qualquer decisão que tomar será alinhada a Bolsonaro e Gilson Machado.
“O meu partido é o partido de Bolsonaro e Gilson. Para onde eles forem, eu vou”, afirmou Feitosa para o Ponto de Vista.
Nos bastidores, a movimentação também é vista como uma resposta à falta de espaço para Eduardo da Fonte em outras chapas majoritárias. O deputado federal, que já manifestou interesse em disputar o Senado em 2026, busca consolidar seu grupo político para o próximo pleito.
A articulação inclui um possível acordo em que Gilson Machado e Feitosa disputariam vagas na Câmara dos Deputados pelo PP, enquanto Gilson Filho concorreria a uma cadeira na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), em dobradinha com Feitosa e o pai.
O movimento ocorre em meio ao distanciamento do PP em relação ao governo Raquel Lyra (PSDB) e ao PSB de João Campos, que até o momento não abriram espaço para as pretensões de Eduardo da Fonte no Senado. Com duas vagas em disputa em 2026, o parlamentar articula novas alianças para viabilizar sua candidatura.
A disputa por espaço no PL pernambucano também envolve a questão do fundo partidário. Em 2022, o comando nacional da sigla limitou os recursos enviados a Gilson Machado na disputa para o Senado, o que gerou atritos dentro do partido.
A insatisfação com Anderson Ferreira (PL) cresceu desde então, com aliados criticando sua condução e afirmando que o ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes tem priorizado sua própria visibilidade política em detrimento do grupo.
"A saída destes três nomes de peso do PL Pernambuco decreta um afundamento do grupo dos Ferreira no Estado e marca com negatividade a gestão de Anderson à frente do partido", afirmam aliados da ala bolsonarista da legenda para o Jamildo.com
Além disso, o PP tem se tornado um destino para figuras tradicionais do conservadorismo.
A filiação de Gilson Machado, Feitosa e Gilson Filho ao partido reforçaria essa tendência, seguindo o movimento de outros aliados da direita no Brasil, como o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, que também negocia ida para a sigla.
Atualmente, o PP conta com quatro deputados federais, oito estaduais e 24 prefeitos em Pernambuco. A sigla também tem influência na Alepe, local em que Eduardo da Fonte reúne um grupo de 11 parlamentares, entre filiados e aliados de outros partidos.
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