Cynara Maíra | Publicado em 12/11/2025, às 12h01
Durante a sessão plenária de terça-feira (11) a vice-líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputada Débora Almeida (PSDB), teceu diversas críticas ao prefeito do Recife, João Campos (PSB).
Em um discurso sobre a área educacional, após elogiar os efeitos da governadora Raquel Lyra (PSD), Débora acusou o prefeito do Recife de "vender antecipadamente" os precatórios do Fundef da educação.
A deputada chegou a dizer que João teria renunciado R$ 124 milhões com a operação junto ao Banco Itaú. Em um embate semelhante na segunda-feira (10), a base de João Campos argumentou que a operação ocorreu nos juros remuneratórios e que os recursos destinados aos professores estão guardados.
Segundo Almeida, a operação serviu para "cobrir o rombo fiscal da própria Prefeitura". Ela também classificou o reajuste de 3% concedido aos professores da rede municipal como "pífio".
A crítica foi direcionada para operação financeira que antecipou R$ 443,4 milhões para o Recife com a venda de créditos de R$ 567,1 milhões que a União pagaria ao município entre 2026 e 2028 através dos precatórios.
A transação com o Itaú Unibanco teve um desconto (deságio) de 21,8%, o que representa a perda de R$ 124 milhões para os cofres municipais.
"O prefeito está usando o dinheiro que deveria ser destinado aos professores para cobrir o rombo fiscal da própria Prefeitura, fato admitido pela própria Procuradoria do município", completou Almeida.
Usando o argumento de que a Prefeitura do Recife "raspa o tacho do futuro para tapar os buracos do presente", Débora Almeida afirmou que a capital está "sem fôlego financeiro" e "sem capacidade de investimento", ao falar que as obras atrasadas da gestão estariam paradas.
A deputada citou como as construções supostamente interrompidas a Ponte Giratória, a Orla de Boa Viagem e o Parque Eduardo Campos.
A deputada contrapôs a gestão de Campos com as ações do governo Raquel Lyra, citando o programa Juntos pela Educação. Ela destacou a contratação de 9 mil professores concursados, a climatização das escolas e a menor taxa de evasão do ensino médio do Brasil como avanços da atual gestão estadual.
Apesar do aumento dos professores efetivos, a situação da estrutura da rede estadual de ensino também foi alvo de críticas da presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação, Ivete Caetano, na segunda-feira (10), durante a audiência da Comissão de Educação.
A negociação dos precatórios já havia sido alvo de debate na Câmara Municipal do Recife na segunda-feira (10).
Na ocasião, vereadores da base de João Campos, como Júnior de Cleto (PSB) e Eduardo Mota (PSB), defenderam a operação.
Segundo os governistas, o valor vendido corresponde aos juros remuneratórios, que são de "livre aplicação" e não precisam estar vinculados exclusivamente à educação. Eduardo Mota garantiu que "100% dos R$ 238 milhões destinados aos servidores da educação estão integralmente garantidos".
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