Brasileiros confiam mais em igrejas e nas Forças Armadas que em instituições democráticas, diz Quaest

Cynara Maíra | Publicado em 08/09/2025, às 10h03 - Atualizado às 11h04

Congresso é um dos mais prejudicados - Mário Agra / Câmara dos Deputados
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Uma pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta segunda-feira (8) aponta que os brasileiros confiam mais em igrejas e nas Forças Armadas do que em instituições centrais da democracia, como partidos políticos, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF)

O levantamento também registrou uma piora generalizada no grau de confiança institucional da população nos últimos quatro anos.

O cenário reflete um país com uma democracia ainda jovem, que completou 40 anos em 2025.

Segundo a pesquisa, a desconfiança na Polícia Militar, nas Forças Armadas e no Congresso aumentou 10 pontos percentuais nesse período. O índice de desconfiança nos partidos políticos subiu nove pontos, no STF, sete, e na imprensa, seis pontos.

Apesar dos níveis de desconfiança terem aumentado na maioria das instituições, a pesquisa da Quaest mostra que as mais confiadas são: 

  1. Igreja Católica, por 48%
  2. Polícia Militar, por 43%
  3. Forças Armadas, por 42%
  4. Igrejas Evangélicas, por 33%
  5. Prefeito da respectiva cidade, por 28%
  6. Bancos, por 27%
  7. Presidência da República, por 10%
  8. Imprensa, por 10%
  9. STF, por 3%
  10. Congresso Nacional, tem confiança de -7%

Desconfiança com viés político

A Quaest identificou que a perda de confiança varia conforme o espectro político do eleitor.

A desconfiança nas Forças Armadas, por exemplo, aumentou apenas entre eleitores que votaram em Jair Bolsonaro em 2022, com a principal mudança ocorrendo entre 2022 e 2024, período no qual um grupo mais extremo desejava que as Forças Armadas intervisse contra a vitória de Lula

No caso das igrejas evangélicas, a desconfiança cresceu especialmente entre eleitores do presidente Lula, com a mudança mais acentuada entre 2024 e 2025.

O STF também registrou uma mudança de perfil na desconfiança. Até 2023, a maior parte dos que desconfiavam da Corte era de eleitores de Lula. A partir de 2024, a desconfiança passou a ser maior entre os eleitores de Bolsonaro e também cresceu entre aqueles que se abstiveram no segundo turno de 2022.

Imprensa e Congresso perdem credibilidade

A imprensa se tornou alvo de desconfiança majoritária entre os eleitores de Bolsonaro, com quase 60% afirmando não confiar no trabalho dos veículos de comunicação. Por outro lado, 67% dos eleitores de Lula declararam confiar na imprensa.

O Congresso Nacional foi a instituição que perdeu confiança em ambos os lados. Entre 2022 e 2025, tanto eleitores de Lula quanto de Bolsonaro aumentaram seu grau de desconfiança no Legislativo.

Sobre a Pesquisa

A pesquisa Quaest ouviu 12.150 pessoas entre os dias 13 e 17 de agosto, com margem de erro de 2 pontos percentuais e nível de confiabilidade de 95%. O levantamento foi encomendado pela Genial Investimentos.

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