Imóvel abandonado em Jaboatão vira ocupação 'Brasil Soberano'

No fim de semana da Independência do Brasil, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) iniciou uma ocupação em Zumbi do Pacheco, bairro de Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife. Na madrugada de sábado, 6 de setembro de 2025, o MTST ocupou um imóvel abandonado há quase 30 anos, que agora abriga 150 famílias em busca de moradia digna e melhores condições de vida.

A ocupação recebeu o nome de "Brasil Soberano", de acordo com o movimento para destacar o compromisso do MTST com a soberania nacional, justiça social e democracia.

Durante o sábado, o movimento também distribuiu alimentos e café da manhã para os moradores e comunidade local, para reforçar o caráter solidário da iniciativa. A ocupação conta com uma cozinha solidária para alimentar todas as famílias instaladas.

Segundo informações extra-oficiais, Jaboatão dos Guararapes enfrenta um déficit habitacional superior a 20 mil famílias sem moradia adequada, além de ser o quarto município brasileiro com maior população vivendo em áreas de risco. Em 2022, fortes chuvas causaram deslizamentos de barreiras na cidade, resultando em 64 mortes.

Vitória Genuino, coordenadora nacional do MTST em Pernambuco, destacou que ocupações como a Brasil Soberano são uma resposta popular à desigualdade social.

“Ao ocupar imóveis abandonados, reafirmamos a função social da propriedade e lutamos por teto, trabalho e dignidade para os trabalhadores”, afirma, em nota ao site Jamildo.com.

Seguindo a entidade, a Ocupação Brasil Soberano integra o mapa das lutas urbanas do MTST em Pernambuco, denunciando o abandono governamental diante da crise habitacional no interior do estado. "O movimento fortalece a organização popular como caminho para assegurar moradia digna e combater a exclusão social em Jaboatão dos Guararapes", defendem.

No Recife, o prédio do Colégio Americano Batista, no Centro do Recife, foi ocupado na segunda (4), em ato pela habitação popular.

No caso, o ato foi organizado por integrantes do Movimento Moradia Digna e pelo Movimento de Luta por Teto, Terra e Trabalho (MLTT). O governo do Estado explicou, em nota, que a área foi reservada para educação e que os recursos federais não podem ser usadas em outra demanda.