Com boneco de Trump e pedidos por soberania, direita e esquerda de Pernambuco fazem protestos no 7 de setembro

Ato em Boa Viagem defendeu Bolsonaro e exibiu inflável de 10 metros de Trump, esquerda criticou proposta de anistia e defendeu pautas sociais

Cynara Maíra

por Cynara Maíra

Publicado em 08/09/2025, às 07h12 - Atualizado às 07h55

Atos da direita e da esquerda ocorreram neste 7 de setembro no Recife - Tauã Leandro- Reprodução Grito dos Excluídos
Atos da direita e da esquerda ocorreram neste 7 de setembro no Recife - Tauã Leandro- Reprodução Grito dos Excluídos

O 7 de setembro, dia da Independência do Brasil, teve movimentações da direita e esquerda em todo país, no Recife não foi diferente. Enquanto os bolsonaristas focaram na Zona Sul, membros da esquerda participaram do Grito dos Excluídos no Centro da capital pernambucana, concretado no Parque 13 de Maio, em Santo Amaro. 

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participaram, no domingo (7), de um ato na avenida Boa Viagem, Zona Sul do Recife. O evento começou com uma motociata que saiu do Parque Dona Lindu até a Padaria Boa Viagem e terminou em concentração com trios elétricos e discursos de lideranças da direita.

O destaque do protesto foi um boneco inflável de Donald Trump, de 10 metros de altura, que acompanhou a manifestação ao lado de bandeiras do Brasil e cartazes de apoio a Bolsonaro. Em São Paulo, na Avenida Paulista, bolsonaristas também exibiram uma bandeira gigante dos Estados Unidos.

Boneco inflável de Donald Trump

No Recife, os participantes entoaram palavras de ordem como “minha bandeira jamais será vermelha”, além de gritos de “anistia já” e críticas ao Supremo Tribunal Federal e ao presidente Lula.

O senador Flávio Bolsonaro enviou mensagem para o evento afirmando que “o povo não vai se calar diante das injustiças contra Jair Bolsonaro”. Michelle Bolsonaro também participou em vídeo, no qual pediu união e oração pelo país.

Entre os presentes estavam os: 

  • Deputados federais:
    • Coronel Meira (PL)
    • Clarissa Tércio (PP)
    • Pastor Eurico (PL)
  • Deputados estaduais:
    • Alberto Feitosa (PL)
    • Joel da Harpa (PL)
    • Abimael Santos (PL)
    • Júnior Tércio (PP)
    • Pastor Cleiton Collins (PP)
  • Vereadores:
    • Eduardo Moura (Novo)
    • Thiago Medina (PL) 
    • Gilson Filho (PL)

O ex-ministro Gilson Machado participou do ato, mas não subiu no trio elétrico por determinação judicial. 

A presença de símbolos norte-americanos nas manifestações bolsonaristas gerou críticas de governistas. O líder do PSB na Câmara, Pedro Campos, disse que “os patriotas de araque acabaram com o 7 de Setembro” e questionou: “Quem é Dom Pedro I do lado de Donald Trump?”.

No Congresso, o líder do PT, Lindbergh Farias, reagiu à bandeira dos Estados Unidos exibida em São Paulo. Para ele, “eles não deviam ir para a rua no dia 7 de Setembro. 7 de Setembro é nosso, dos brasileiros”.

Esquerda realiza o Grito dos Excluídos

Paralelamente, ocorreu o 31º Grito dos Excluídos e Excluídas, ato que começou no Parque Treze de Maio e seguiu pela avenida Conde da Boa Vista até a Guararapes. O evento reuniu movimentos sociais, sindicatos e pastorais.

O lema deste ano foi “A vida em primeiro lugar”, com o tema “Cuidar da casa comum e da democracia é luta de todo dia”.

Os manifestantes levantaram pautas como justiça tributária, redução da jornada de trabalho e preservação ambiental. Também houve críticas ao que chamaram de “PL da Devastação”, referente às mudanças na lei de licenciamento ambiental.

Cartazes pediam o fim da anistia defendida por apoiadores de Bolsonaro e pediram pela defesa da soberania nacional. 

O pajé Juruna, do povo Karaxuna Wanassu, também participou e criticou mudanças nas regras de proteção ambiental.