Bolsonaristas planejam pedir impeachment de Alexandre de Moraes após texto sobre ação no TSE

Cynara Maíra | Publicado em 14/08/2024, às 07h35

Reportagem afirma que Alexandre de Moraes fez investigações sobre desinformação de maneira informal - Lula Marques/ Agência Brasil
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Tem causado polêmica o lançamento de uma reportagem da Folha de São Paulo sobre uma suposta atuação não-oficial do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no setor de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O material publicado pela Folha na terça-feira (13) alega ter acesso a um material de 6 GB de mensagens e arquivos enviados por Whatsapp entre auxiliares de Moraes durante e depois do período eleitoral de 2022. 

Nas mensagens apresentadas no texto, o principal assessor de Moraes no STF, Airton Vieira, faz pedidos informais para Eduardo Tagliaferro, perito criminal da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) no TSE. 

O conteúdo mostra que Airton pedia relatórios específicos contra aliados ou apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Esses materiais podem ter sido usados como embasamento para medidas criminais contra bolsonaristas; 

Bolsonaristas pedem impeachment de Moraes

Após a divulgação desse material, parlamentares vinculados ao ex-presidente divulgaram que planejam pedir o impeachment de Alexandre de Moraes em sua atuação no STF.

A ex-ministra de Bolsonaro e senadora Damares Alves (Republicanos) declarou que tem "mais de uma dezena de senadores que já manifestaram interesse em assinar". Damares ainda declarou que o certo é  que Moraes peça renúncia. 

O partido Novo entrou na manhã desta quarta-feira (14) com uma queixa-crime na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Moraes por falsidade ideológica e formação de quadrilha. 

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) publicou uma série de tweets criticando a ação de Moraes. Dentre eles, o parlamentar escreveu: "Adeus, careca". Nikolas chegou a comparar as ações do ministro do STF com as do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. 

No plenário da Câmara dos Deputados, Nikolas chegou a falar que Alexandre de Moraes tinha um "gabinete do ódio paralelo, financiado com dinheiro público". Veja vídeo: 

O dono do X, antigo Twitter, Elon Musk, também falou sobre o caso ao dizer que a rede social "está sendo solicitada para censurar o conteúdo no Brasil, onde as demandas de censura exigem que violemos a lei brasileira! Isso não está certo".

Musk já teve atritos com Moraes após se recusar a retirar conteúdo tratado como desinformatório pelo TSE. 

Gabinete de Moraes se pronuncia

Com a repercussão da reportagem, o gabinete do ministro do STF apresentou uma nota no qual afirma que "todos os procedimentos foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados nos inquéritos e investigações em curso no STF, com integral participação da Procuradoria Geral da República".

A nota ainda declara que o TSE tem poder de polícia para fazer os pedidos vinculados com o inquérito das Fake News e que os relatórios produzidos pelo Tribunal, em seu devido exercício de poder de polícia, descreviam objetivamente as postagens ilícitas realizadas nas redes sociais. 

O site jamildo.com é editado pelo jornalista Jamildo Melo, que liderou o Blog de Jamildo no Jornal do Commercio (JC).

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