Yan Lucca | Publicado em 26/07/2024, às 12h49 - Atualizado às 12h49
No próximo dia 31 acontece no Recife a exposição “Abelardo da Hora: 100 anos”, organizada e promovida pela Galeria Terra Brasilis, em memória do centenário do artista pernambucano conhecido por suas esculturas, desenhos e gravuras que capturam com sensibilidade a essência da cultura e vida cotidiana brasileira.
A mostra oferece uma série de obras de diferentes fases da carreira do artista, viabilizando uma imersão abrangente da evolução artística de Abelardo e o impacto duradouro no cenário cultural do estado.
Outra proposta da galeria é explorar a multiplicidade de suportes usados por Abelardo, que é bastante conhecido por suas esculturas em cimento polido, mas que também trabalhava com cerâmica, bronze, óleo sobre tela, aquarela e também diversas formas de gravação.
Para Ricardo Bandeira, da Galeria Terra Brasilis, celebrar o centenário de Abelardo da Hora é celebrar a vida de um mestre da escultura moderna e dever do estado. “Abelardo e suas esculturas femininas voluptuosas fazem parte do imaginário de todos os recifense. A mostra será completa, abrangendo suportes pouco conhecidos da vasta obra de Abelardo. É muito simbólico poder homenagear este grande artista, exatamente no dia em que ele completaria 100 anos”, comenta.
Escultor, desenhista, ceramista, natural de São Lourenço da Mata, Abelardo Germano da Hora (1924 – 2014) foi autor de inúmeras obras, sempre retratando temas sociais e humanitários, com foco nas lutas e nas vidas das classes trabalhadoras.
Abelardo foi aluno da Escola de Belas Artes do Recife, em 1938. No mesmo ano, fez o curso de escultura, na instituição. Lá, estudou desenho, gravura, pintura e escultura.
Em 1940 foi um dos fundadores do Atelier Coletivo de Arte do Recife, movimento artístico dos anos 40 que buscava democratizar a arte e torná-la acessível a todos. Um destaque para a defesa da arte pública protagonizada por Abelardo.
Para o artista, a arte deveria estar nas ruas e não apenas em museus e galerias.
Em 1948 casou-se com Margarida Lucena da Hora, com quem teve sete filhos. Em 2014, ano em que completou 90 anos, Abelardo da hora faleceu na manhã de 23 de setembro, por complicações respiratórias.
O legado do artista contempla a posteridade. Sua vasta produção de desenhos, cerâmicas e pinturas, segunda sua neta, Clara da Hora, rememoram o seu comprometimento com as causas sociais e com a valorização da cultura brasileira.
“Celebrar o centenário de Abelardo da Hora é celebrar o povo e a cultura pernambucana; Ele que produziu o maior acervo expressionista da América latina através de várias linguagens das artes plásticas, como a escultura, desenho, pintura, cerâmica, tapeçaria, entre outras; sempre retratando na sua obra diversas manifestações culturais como também denunciando as desigualdades sociais. Abelardo deixou um legado de muita arte, mas sobretudo um legado de luta e solidariedade”, comenta.
A exposição ocorrerá no dia 31/7 (aniversário de 100 anos do artista) a partir das 18h, na Av. 17 de Agosto, 2640, Casa Forte, Recife–PE. Mais informações podem ser acessadas nas redes sociais da Galeria Terra Brasilis.
O site jamildo.com é editado pelo jornalista Jamildo Melo, que liderou o Blog de Jamildo no Jornal do Commercio (JC).
J. Borges, mestre da xilogravura pernambucana, morre aos 88 anos
Em data limite, João Campos aprova 8 novos patrimônios culturais no Recife; saiba quais são
Paulo Câmara vai montar um Centro Cultural do BNB no Recife