Cynara Maíra | Publicado em 10/10/2025, às 07h54 - Atualizado às 09h05
Com mais uma decisão judicial sobre o tema, a polêmica sobre a turma extra do curso de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em Caruaru repercute nacionalmente. Na quinta-feira (09), o Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) derrubou mais uma liminar que suspendia o processo seletivo.
Enquanto isso, o caso chegou ao Senado Federal. Na quarta-feira (8), a Comissão de Fiscalização e Controle (CTFC) aprovou a convocação dos ministros da Educação, Camilo Santana, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, para explicar o processo que tem mais de 1.200 inscritos.
O edital prevê 80 vagas suplementares para o curso de Medicina, destinadas exclusivamente a estudantes beneficiários do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera).
O senador Dr. Hiran (PP-RR) solicitou a convocação e também aprovou um convite para ouvir o reitor da UFPE, Alfredo Gomes. O senador classificou o edital como "uma anomalia" com "viés absolutamente ideológico".
"A classe médica se assustou, e eu, como presidente da Frente Parlamentar da Medicina, fiquei extremamente preocupado. Vamos abrir um precedente muito perigoso", disse o parlamentar.
Para o PodJá- O Podcast do Jamildo, Alfredo Gomes, reitor da Universidade falou que está à disposição e que a UFPE está sendo alvo de um debate político e que irá defender suas políticas em todo e qualquer espaço.
O episódio irá ao ar no sábado (11). O reitor afirmou que o projeto tem o objetivo de ampliar o volume de médicos em áreas vulneráveis e citou um racismo estrutural e fundiário para polêmica envolvida.
O processo seletivo da UFPE é alvo de uma batalha judicial. O edital, lançado em 10 de setembro, já foi suspenso duas vezes por decisões de primeira instância, após ações populares movidas pelos vereadores do Recife Tadeu Calheiros (MDB) e Thiago Medina (PL).
Em ambas as ocasiões, no entanto, o TRF5 derrubou as liminares e restabeleceu o edital. Na decisão mais recente, o relator destacou a autonomia das universidades (art. 207 da CF/1988) e afirmou que o Judiciário não pode interferir no mérito administrativo da UFPE.
A universidade argumenta que as vagas são suplementares, custeadas pelo Incra, e que o programa é uma política pública consolidada para reduzir desigualdades. Após a decisão, o reitor Alfredo Gomes comemorou: "Uma vitória importante da universidade pública e da justiça social".
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