Raquel diz que dinheiro obtido com concessão da distribuição da Compesa será aplicado em recursos hídricos

Jamildo Melo | Publicado em 27/12/2024, às 08h59

Ainda em 2023, o blog do Jamildo revelou que Raquel Lyra enviaria para consulta pública e realizaria concessão de parte da Compesa em 2025 - divulgação
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No programa de Geraldo Freire na CBN Recife, o site Jamildo.com perguntou a governadora Raquel Lyra sobre as regras do leilão da área de distribuição da Compesa para a iniciativa privada.

O BNDES colocou seus estudos em consulta pública e o que se sabe é que pode haver dois leilões, um para os municípios reunidos no interior e outro para a Região Metropolitana do Recife.

O jornalista Jamildo Melo questionou que critério principal iria orientar a venda da área de distribuição, considerando que poderia ser o maior aporte de recursos ou o menor desconto na tarifa para os consumidores finais da estatal.

Depois de citar outras ações na área de recursos hídricos, Raquel Lyra respondeu que a prioridade será a menor tarifa e depois o valor da outorga (direito de explorar a atividade de distribuição mediante uma oferta de recursos financeiros).

Raquel Lyra disse ao blog que a expectativa inicial é de R$ 2 bilhões de partida.

"O Pará também lançou a sua concessão, mas todo mundo fala que a Compesa é a bola da vez", afirmou.

"A taxa de juros nas alturas pode atrapalhar a atração de investimentos, mas nos também sabemos que os fundos de pensão internacionais investem a longo prazo (não vão olhar apenas a taxa de juros de hoje)", observou.

"Os recursos (arrecadados com a venda do setor) serão aplicados exclusivamente para produção de água em Pernambuco", afirmou, frisando que espera algum nível de politização do processo.

Cachorrada com a venda da Celpe

Quem acompanha política há mais tempo vai lembrar da sangrenta privatização da Celpe, no governo Miguel Arraes. A ruidosa oposição da época, formada por Jarbas Vasconcelos e Mendonça Filho, atrapalharam e suspenderam a antecipação de parte do produto da venda negociado com o BNDES, no valor de R$ 780 milhões. Jarbas almejava tomar o governo de Arraes e Eduardo Campos e Mendonça virou seu vice.

Arraes deu o troco a FHC e seus aliados no Estado, ao aceitar vender o Bandepe, no final do terceiro ano, e usar os recursos para pagar folhas de pessoal atrasadas.

Para evitar que haja polêmica com os servidores, a governadora Raquel Lyra e os técnicos do governo frisam sempre que a Compesa continuará pública.

No POD Já, o podcast do blog do Jamildo, o deputado federal Pedro Campos, engenheiro da Compesa, já havia comentado que iria acompanhar o processo e que a posição faria questionamentos, se necessário.

Ele pontuou que, da forma que é feita a concessão, o BNDES e os Estado acabam ajudando o setor privado, na medida em que os grupos econômicos ficarão livres de realizar investimentos para a produção de recursos hídricos, obrigação que fica na mão do Estado, da Compesa, com recursos do PAC.

No programa da CBN, a governadora Raquel Lyra se mostrou otimista e comemorou o crescimento do PIB do Estado, na casa dos 4,9% sobre 2023.

Ela citou ainda que, em seu governo, estão sendo investidos cerca de R$ 2 bilhões em obras e que isto vai gerar um ciclo virtuoso na economia como um todo.

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