Comissão do Congresso aumenta fundo eleitoral de R$ 1 bi para R$ 4,9 bi

Plantão Jamildo.com | Publicado em 30/09/2025, às 17h44

Congresso Nacional - © Marcello Casal JrAgência Brasil
COMPARTILHE:

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou nesta terça-feira (30) uma instrução normativa que amplia o Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), conhecido como fundão eleitoral, para R$ 4,9 bilhões em 2026. O valor supera a previsão inicial do governo federal, que havia proposto R$ 1 bilhão no projeto de Orçamento. A mudança foi incorporada ao texto da Lei Orçamentária Anual (LOA), que ainda precisa ser analisada pela comissão e votada em plenário no Congresso.

Em 2022, nas eleições presidenciais, o fundo foi de R$ 4,9 bilhões, que corrigidos pela inflação equivalem a R$ 5,4 bilhões. No pleito municipal de 2024, o montante destinado também foi de R$ 4,9 bilhões.

A elevação do fundo foi feita a partir de ajustes orçamentários. Desse total, R$ 2,9 bilhões sairão da reserva destinada às emendas de bancada estadual e R$ 1 bilhão de despesas discricionárias, que são gastos não obrigatórios do governo e ainda terão definição. Esses valores se somaram ao R$ 1 bilhão já previsto inicialmente.

Com isso, o espaço para emendas de bancada em 2026 foi reduzido de R$ 14,2 bilhões para R$ 11,2 bilhões. Não houve resistência de parlamentares da base governista à aprovação da medida.

Fundão eleitoral

O fundo eleitoral é disponibilizado apenas em anos de eleição. Criado em 2017, após a proibição do financiamento empresarial de campanhas, é utilizado para despesas como propaganda, material gráfico, contratação de cabos eleitorais e logística. A definição de seu valor costuma ser um dos principais pontos de negociação entre Executivo e Legislativo, pois influencia a estratégia dos partidos e a distribuição de recursos entre candidatos.

A expectativa é de que o montante seja elevado novamente durante a tramitação. O relator-geral do Orçamento de 2026, deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), pode fazer ajustes e tende a aumentar o valor para algo próximo de R$ 5 bilhões, cifra considerada mínima pela maioria dos líderes partidários.

Em 2024, quando ocorreram as eleições municipais, o governo sugeriu R$ 940 milhões, mas o Congresso elevou para R$ 4,9 bilhões, repetindo o montante da disputa presidencial de 2022. À época, a Câmara, sob a liderança de Arthur Lira (PP-AL), defendeu o valor integral, enquanto o Senado apresentou uma proposta intermediária, rejeitada. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a cifra final após negociações com sua base.

O movimento atual segue dinâmica semelhante. Em agosto, o governo fixou R$ 1 bilhão para o fundo, alocado dentro da reserva de emendas de bancada, estratégia que transferiu ao Congresso a responsabilidade de ampliar os recursos.

O FEFC é distribuído entre os partidos de acordo com critérios como tamanho das bancadas na Câmara e no Senado, desempenho nas eleições anteriores e representação no Congresso. Em 2024, por exemplo, o PL recebeu R$ 886 milhões, enquanto o PT ficou com R$ 602 milhões.

congresso nacional Eleições 2026

Leia também

Lula sanciona mudanças na Lei da Ficha Limpa


Congresso pede ao STF que redistribuição de deputados federais seja aplicada em 2030


Capital pernambucana será sede do mercado imobiliário nacional em outubro