Cynara Maíra | Publicado em 17/07/2025, às 11h05 - Atualizado às 11h58
O prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral (Solidariedade), oficializou nesta semana a criação da Casa do Autista, centro especializado voltado ao atendimento de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O projeto foi apresentado durante reunião com um grupo de mães atípicas do município, que também entregaram ao gestor uma lista de reivindicações por melhorias na rede de atendimento já existente.
“A criação da Casa do Autista no Cabo é um compromisso com o cuidado e o respeito às famílias atípicas do nosso município. Esse será um espaço acolhedor, com uma equipe especializada e atendimento multiprofissional. Sabemos das dificuldades enfrentadas pelas famílias e queremos estar presentes com ações concretas, que façam a diferença na vida de cada uma delas”, afirmou Lula Cabral.
A iniciativa prevê a construção de duas unidades modelo, sendo a primeira na área central da cidade. O centro contará com serviços multidisciplinares e ações de inclusão social, com atendimento voltado a crianças, adolescentes e adultos no espectro.
Além do anúncio da Casa do Autista, o prefeito também apresentou ações emergenciais para requalificar o Centro Integrado Infanto-juvenil, que já funciona no município. Atualmente, o local realiza cerca de mil atendimentos por semana em 13 especialidades voltadas ao público infantojuvenil neurodivergente.
“O acesso ao Centro Infanto-juvenil passará a ser feito através da regulação. Isso vai ajudar a ordenar o fluxo de pacientes, assegurando que todos tenham direito aos serviços. Vamos criar um projeto terapêutico com um plano de cuidado individualizado, respeitando às necessidades de cada paciente”, disse o gestor.
Também estão previstas adequações físicas no espaço, com foco em ampliar o conforto e a segurança de pacientes e famílias.
Durante o encontro, a secretária de Saúde, Ricarda Samara, e o secretário executivo da pasta, Antônio Amato, acompanharam as discussões.
O anúncio da Casa do Autista ocorre em um cenário de aumento no número de diagnósticos de TEA em Pernambuco.
Segundo levantamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE), estima-se que 90 mil pernambucanos estejam no espectro, sendo cerca de 40 mil crianças entre 0 e 14 anos.
A maior visibilidade do tema, aliada ao acesso ampliado a informações sobre neurodivergência, tem antecipado diagnósticos e ampliado a busca por tratamento especializado.
No entanto, o TCE aponta que o sistema público de saúde ainda apresenta falhas graves, como alta fila de espera, distribuição desigual de centros e carga horária insuficiente de atendimento.
Até 2021, apenas 15 dos 185 municípios pernambucanos dispunham de equipamentos públicos voltados a esse público. A ampliação da estrutura tem sido uma das pautas mais recorrentes nas campanhas municipais recentes em todo o estado.
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