Cynara Maíra | Publicado em 13/12/2025, às 12h03 - Atualizado às 12h29
A governadora Raquel Lyra (PSD) assinou, nesta sexta-feira (12), um contrato de financiamento de R$ 1,2 bilhão com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) para obras de abastecimento de água em Pernambuco.
O ato ocorre a poucos dias do leilão que vai repassar a distribuição de água e o esgotamento sanitário do estado para a iniciativa privada, marcado para o dia 18 de dezembro na B3, em São Paulo.
A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) será o destino do crédito recebido da AFD.
No modelo de concessão a Compesa continuará estatal e responsável pela produção de água (barragens, grandes adutoras e tratamento).
O dinheiro francês deve financiar justamente essa parte da cadeia, com obras como a duplicação da Adutora do Pajeú e a modernização dos sistemas Tapacurá, Botafogo e Jucazinho.
"Conseguimos construir a confiança necessária para garantir esse investimento que será destinado a obras estruturadoras... para que cada cidadão pernambucano possa ter o direito básico do acesso à água", afirmou a governadora durante a cerimônia no Palácio do Campo das Princesas.
O empréstimo da AFD soma-se a outro contrato recente, de R$ 1,1 bilhão, firmado com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em maio. A estratégia é robustecer a infraestrutura hídrica estadual para viabilizar as metas de universalização exigidas pelo Marco Legal do Saneamento.
Em entrevista ao PodJá- O Podcast do Jamildo, o secretário de Recursos Hídricos, Almir Cirilo, explicou que o financiamento se encaixa na estratégia de manter o Estado como o "produtor de água", enquanto o parceiro privado cuida da distribuição na ponta.
"No novo modelo... o Estado deverá continuar tratando do armazenamento, do transporte e do tratamento das águas. Então, são muitos investimentos ainda que vão caber ao Estado", detalhou.
O leilão do dia 18 prevê atrair cerca de R$ 19 bilhões em investimentos privados ao longo de 35 anos. O projeto divide Pernambuco em dois blocos (Sertão e RMR-Pajeú) e gera embates políticos e protestos de sindicatos, que temem aumento de tarifas e demissões.
O governo, por sua vez, nega tarifaço e garante que a concessão é parcial, preservando a Compesa pública na produção. Alex Campos, presidente do conselho da companhia, defendeu nesta semana a integridade técnica da modelagem, rebatendo críticas sobre supostas inconsistências nos dados de esgoto.
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