Aumento de 6,3% no preço do diesel nas refinarias da Petrobras surpreende mercado de combustíveis

Amance Boutin | Publicado em 01/02/2025, às 11h36

Especialista cita efeito do aumento do diesel sobre parque de tancagem de Suape e pelo Brasil - Divulgação
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Por Amance Boutin, especialista em combustível, sobre o aumento no preço do diesel

O aumento de 6,3pc no preço do diesel para uma média de R$ 3,72/l nas refinarias da Petrobras não era esperado pelo mercado de combustíveis.

O reajuste coloca os preços da Petrobras próximos à paridade com os preços negociados nos portos de Santos e Paranaguá.

Em Itaqui e Suape, principais portos de entrada de produto importado do Nordeste, a mudança de preço deve reduzir pela metade o prêmio do diesel nacionalizado e negociado no mercado à vista para R$0,23/l, de acordo com o fechamento de quinta-feira do mercado monitorado pela Argus.

A decisão de proceder com o reajuste, na mesma data do aumento de R$0,06/l no valor do ICMS, demonstrou uma preponderância do argumento mercadológico em relação a uma postura mais centrada sobre consequências políticas na troca entre a Petrobras e o governo.

Até as declarações recentes do Ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira, participantes de mercado de combustíveis enxergavam que o governo não iria ceder sobre a questão do reajuste de preço para não alimentar a inflação em um momento de oferta abundante de diesel no país, tanto nas refinarias da Petrobras quanto nos terminais portuários dos agentes privados.

O reajuste anunciado levanta entre os participantes de mercado a questão sobre qual nível de defasagem a Petrobras considera adequado, e evidencia a relevância dos setores econômicos envolvidos no mercado de distribuição na sua interlocução com o governo.

PS: A empresa Argus é especializada na produção de relatórios e análises de preços para o mercado de petroquímicos, combustíveis, agricultura, fertilizantes e gás natural.

Nesta semana, o site Jamildo.com informou que Juros mais altos e aumento da gasolina formavam tempestade perfeita contra Lula. A desaprovação do governo Lula atingiu 49% em meio a inflação, aumento dos combustíveis e possível choque de juros.

ICMS impostos Combustíveis aumentos da Petrobras

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