Com mudanças na comunicação, Governo Lula ainda deve sofrer com aumento dos combustíveis

Reunião da Petrobras poderá prejudicar Lula de duas maneiras distintas: prejudicar a relação com os investidores ou piorar avaliação do presidente

Cynara Maíra

por Cynara Maíra

Publicado em 28/01/2025, às 10h47

Avaliação de Lula pode piorar com reunião da presidente da Petrobras com investidores - Fernando Frazão/Agência Brasil
Avaliação de Lula pode piorar com reunião da presidente da Petrobras com investidores - Fernando Frazão/Agência Brasil

Após a desaprovação do governo Lula (PT) ultrapassar opiniões positivas pela primeira vez na Genial/Quaest da segunda-feira (28), o cenário para o presidente pode piorar.

Mesmo com as mudanças na comunicação do petista, Lula deve enfrentar novos desafios nesse começo de 2025.

Além da busca por controlar a inflação dos alimentos, o governo agora terá de lidar com a proximidade de uma decisão sobre um reajuste nos preços dos combustíveis, o que pode impactar diretamente a popularidade do presidente.

Investidores devem pressionar por aumento na gasolina

Isso porque a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, será questionada nesta terça-feira (29) por investidores sobre a defasagem nos preços da gasolina.

O combustível está atualmente 7,5% abaixo do mercado internacional, enquanto o diesel registra um descompasso de 15%.

A reunião será realizada com sócios privados da companhia, que cobram uma definição sobre a política de preços adotada pela estatal. 

O encontro deverá ser marcado pela pressão dos investidores para que a Petrobras volte a ajustar os valores de acordo com o mercado externo.

A situação será uma faca de dois gumes para o Governo. Enquanto a manutenção de preços mais estáveis prejudicará a relação da Petrobras com investidores, aumentos nos valores seriam mal recebidos pelos consumidores, o que pioraria a avaliação da gestão. 

Para além do consumo direto da população, um aumento nos combustíveis também prejudicaria o transporte de mercadorias e, por consequência, os preços de alimentos e outros produtos essenciais, que já estão em alta. 

Segundo informou ao Jamildo.com, o Sindicombustíveis explica que atualmente os aumentos nos preços precisam passar pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) cerca de duas vezes ao ano para definir o preço médio dos combustíveis. 

Esse cálculo médio é feito através de pesquisas com os estados para definir um resultado ponderado de quanto poderá ser o valor médio dos combustíveis. 

@blogdojamildo