Médicos vão às urnas na segunda, com bate chapa

Os médicos vão às urnas na segunda feira pelo comando do Simepe. Haverá disputa entre duas chapas, após anos de hegemonia da situação

Jamildo Melo

por Jamildo Melo

Publicado em 10/03/2025, às 16h56 - Atualizado às 22h12

Carol Tabosa é a candidata da situação. Ela é vice-presidente do Simepe e Conselheira do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco - Simepe/Divulgação
Carol Tabosa é a candidata da situação. Ela é vice-presidente do Simepe e Conselheira do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco - Simepe/Divulgação

Depois de muitos anos, a eleição para o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) terá disputa. O pleito vai ocorrer na segunda 17 de março e definirá a diretoria para o triênio 2025-2028. Nesta segunda, a chapa de situação divulgou uma nota rebatendo as críticas da oposição.  Nela, a entidade reafirma que o sindicato é combativo, independente e atuante. (veja íntegra abaixo)

O grupo de oposição diz que surgiu da insatisfação com a atuação do sindicato nos últimos anos, apontando a suposta falta de resultados concretos na defesa da categoria.

A chapa 2 adotou o nome Independência, Compromisso e Coerência, formada por 21 médicos de diversas especialidades e regiões de Pernambuco.

A situação informou que a composição foi construída com diálogo com sociedades científicas e especialidades médicas, reunindo 142 médicos candidatos comprometidos com a defesa dos médicos associados.

A médica da família e comunidade Verônica Cisneiro, é candidata à presidência da chapa 2. O candidato a vice-presidente pela Chapa 2 é Mateus Glasner.

“O desemprego entre médicos, algo impensável há duas décadas, tem crescido, e o Simepe não tem acompanhado as mudanças no mercado de trabalho com medidas efetivas. A última convenção coletiva foi em 2016, e desde então a categoria está desamparada”, diz Verônica Cisneiro, em nota enviada ao site Jamildo.com.

"A Chapa 1 representa a verdadeira luta dos médicos... (a oposição representa) um sindicato a serviço dos mesmos gestores que sempre estiveram do outro lado", rebateu a chapa 1, de situação.

“Queremos um Simepe combativo, que realmente lute por condições dignas para o exercício da Medicina e pelos direitos trabalhistas da categoria. Nosso compromisso é com uma gestão transparente, sem conflitos de interesse e focada na valorização profissional”, diz Mateus Glasner.

"Até o momento, a Chapa 2 não apresentou um plano de ação sólido para o Simepe, focando mais em críticas à instituição do que em propostas concretas para o fortalecimento da entidade", devolveu a situação.

Além disto, a situação reclamou de incoerência.

"No composição da Chapa 2, percebe-se que muitos de seus integrantes estiveram recentemente em cargos estratégicos na gestão pública e privada, participando ativamente de decisões que impactaram diretamente as condições de trabalho dos médicos em Pernambuco".

"Alguns ocuparam posições de destaque na Secretaria Estadual de Saúde e em administrações municipais, justamente em períodos em que ocorreram avanços da precarização da profissão".

 Verônica Cisneiro, candidata à presidência da chapa 2, e Mateus Glasner, candidato a vice-presidente na chapa de oposição

A chapa de situação rebateu as críticas, de forma veemente. Veja nota oficial abaixo.

CHAPA 1 UNIÃO, JUVENTUDE E EXPERIÊNCIA

Recentemente, a Chapa 2 tem divulgado informações que consideramos imprecisas sobre o processo eleitoral. No entanto, a Comissão Eleitoral já se pronunciou oficialmente, esclarecendo os fatos e reafirmando a transparência do pleito.

A Comissão Eleitoral, seguindo o estatuto do Simepe, esclareceu os questionamentos levantados e reafirmou a lisura do processo.

Vale ressaltar que alguns membros da Chapa 2 ajudaram a construir o estatuto do Simepe (vigente desde 2013), e agora tentam deslegitimá-lo.

Além disso, participaram da Assembleia Geral Extraordinária que definiu o calendário eleitoral e aprovaram, sem qualquer contestação, as regras que hoje questionam.

Até o momento, a Chapa 2 não apresentou propostas concretas e coerentes para os médicos associados, o que reforça a necessidade de um debate baseado em projetos e ações reais.

Ao analisar a composição da Chapa 2, percebe-se que muitos de seus integrantes estiveram recentemente em cargos estratégicos na gestão pública e privada, participando ativamente de decisões que impactaram diretamente as condições de trabalho dos médicos em Pernambuco.

Alguns ocuparam posições de destaque na Secretaria Estadual de Saúde e em administrações municipais, justamente em períodos em que ocorreram avanços da precarização da profissão.

Basta uma simples consulta ao site do CNES e da SES para constatar que há membros da Chapa 2 que só se afastaram de seus cargos de gestão dias antes da inscrição da chapa, tendo se associado ao Simepe poucos dias antes do início do processo eleitoral.

Jamais contribuíram para a categoria médica ou para o sindicato e, agora, tentam se apresentar como defensores dos médicos.

A Comissão Eleitoral é um órgão independente, constituído por médicos com reputação ilibada, eleita democraticamente em Assembleia e responsável por conduzir o processo com lisura e transparência. Todas as regras foram seguidas e são de conhecimento dos candidatos.

Além disso, a Comissão Eleitoral indeferiu a candidatura de dois membros da Chapa 2, pois ficou evidenciado que ainda exerciam cargos de gestão no momento da inscrição da chapa, conforme observado no CNES.

A Chapa 2, ciente dessas regras desde o início, agora tenta distorcer os fatos para criar um cenário de instabilidade artificial.

Nós, da Chapa 1, representamos a verdadeira luta dos médicos.

Nossa composição foi construída com diálogo com sociedades científicas e especialidades médicas, reunindo 142 médicos candidatos comprometidos com a defesa dos médicos associados.

Até o momento, a Chapa 2 não apresentou um plano de ação sólido para o Simepe, focando mais em críticas à instituição do que em propostas concretas para o fortalecimento da entidade.

O Simepe não pertence a grupos políticos ou patrões. Pertence aos médicos associados, que constroem essa entidade diariamente com luta, trabalho e dedicação.

No dia 17 de março, os médicos associados terão a oportunidade de escolher entre um sindicato combativo, independente e atuante ou um sindicato a serviço dos mesmos gestores que sempre estiveram do outro lado.

Reafirmamos nosso compromisso com a valorização da medicina, a defesa dos direitos dos médicos e a luta por condições dignas de trabalho, sempre pautados no debate construtivo e na transparência.

VOTE CHAPA 1 – UNIÃO, JUVENTUDE E EXPERIÊNCIA!

O Simepe é dos médicos, e não de gestores!