Defesa dos médicos: Carol Tabosa diz que fiscalizações devem ter propósito e eficácia, sem sensacionalismo

Eleita presidente do Simepe com 60% dos votos, Carol Tabosa promete ações firmes e muito diálogo por melhores condições de trabalho

Plantão Jamildo.com

por Plantão Jamildo.com

Publicado em 25/04/2025, às 18h02 - Atualizado às 18h06

Carol Tabosa, presidente eleita do Simepe, em entrevista ao jornalista Jamildo Melo - Equipe Jamildo.com
Carol Tabosa, presidente eleita do Simepe, em entrevista ao jornalista Jamildo Melo - Equipe Jamildo.com

Duas mulheres estarão à frente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (SIMEPE): a médica Carol Tabosa, eleita presidente, e Jamilly Leite, vice-presidente, liderando a chapa “União, Juventude e Experiência”. A vitória veio com ampla maioria: 60,07% dos votos válidos para a diretoria executiva — um total de 2.460 votos — e 59,97% para o conselho fiscal, somando 2.415 votos. Mais que um marco eleitoral, a posse de Carol, marcada para a próxima quarta-feira (30 de abril), representa também um marco regional: ela é a primeira mulher do agreste pernambucano a assumir a presidência do sindicato.

A nova gestão assume com um discurso claro de fortalecimento institucional e renovação do diálogo com a categoria médica. Em entrevista ao Jamildo.com, Carol Tabosa destacou que sua principal bandeira será a defesa dos direitos trabalhistas dos médicos, a melhoria das condições de trabalho e a qualificação da assistência à saúde prestada à população. Para ela, o SIMEPE precisa ser mais próximo da base, ouvir os profissionais nos diversos níveis de atuação e interiorizar sua atuação, com ações efetivas em todas as regiões do estado.

Um dos pontos sensíveis abordados por Carol foi a fiscalização das unidades de saúde, tema que ganhou repercussão após visitas realizadas por vereadores da oposição no Recife. A presidente eleita deixou claro que é favorável à fiscalização, desde que feita com responsabilidade e de forma técnica, respeitando os profissionais e preservando o atendimento à população. Segundo ela, o sindicato está atento às denúncias que chegam dos médicos e vai intensificar sua atuação nesse campo, priorizando sempre o acolhimento e o suporte aos profissionais diante de situações precárias.

O que essa conquista representa para a senhora e para outras médicas do interior do Pernambucano?

É uma representação da a força feminina e que ela pode vir onde quer que ela esteja. Esse fato que traz um pouco da descentralização dessa gestão, mostra que independente de onde estejamos, podemos fazer a diferença, podemos assumir cargos de liderança e fazermos uma mudança de chave, uma mudança de olhar que vai beneficiar todos, porque quando a gente vem fazendo o fortalecimento das nossas regionais, a gente consegue ter um impacto na região metropolitana, porque se a gente vai estar lá pedindo condições de trabalho, material, infraestrutura, recursos humanos para as 12 Gerências Regionais de Saúde (Geres) do nosso estado, a gente vai conseguir dar assistência para a população mais próxima da sua casa sem necessidade de transferir tanto para a nossa capital.

Quantos médicos o estado de Pernambuco tem?

Cerca de 25 mil médicos no estado de Pernambuco, com uma representatividade muito grande e todos são inscritos no Conselho Regional de Medicina e temos uma parcela desses profissionais que são associados ao Sindicato dos Médicos de Pernambuco de forma voluntária.

Sobre a barreiras para a mulher que é médica. É uma profissão onde as mulheres têm mais possibilidade de atuar?

O que a gente tem hoje é uma mudança. A medicina vem passando por uma feminização. Um estudo do Conselho Federal de Medicina, o Demografia Médica, diz que embora majoritariamente masculina, há um número cada vez maior de mulheres entrando na Medicina. Sendo a proporção de 51% homens e 49% mulheres. E isso junto ao sistema de trabalho precarizado com a pejotização [italico], que coloca a gente em um momento de fragilidade no vínculo trabalhista e chegou retirando os direitos. Como o 13º salário, férias, direito ao adoecimento e, para mulheres, a licença maternidade.

Essa questão precisa ser discutida a nível social, num momento em que as mulheres passam a ocupar cargos de liderança, elas estão precisando muitas vezes escolher entre uma maternidade e uma vida profissional, algo que foi sempre lutado para que a gente tivesse em conjunto, que a gente pudesse exercer esses cargos. Na mesma pesquisa da Demografia Médica, algumas especialidades ainda não têm tanta presença feminina e que será necessário entrar nesse espaço, como a parte das especialidades cirúrgicas. Está havendo um aumento, mas não na mesma proporcionalidade. Um dos dificultadores são os plantões, porque não conseguimos conciliar com a vida pessoal. Atualmente, mulheres se especializam mais na parte das clínicas.

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Quantas mulheres já presidiram o Simepe?

Foram quatro mulheres na história a presidir o Simepe. Em um momento já tivemos uma dupla de mulheres e o nosso diferencial foi o processo de descentralização com representatividade fora da Região Metropolitana do Recife, sendo do agreste pernambucano.

Carol Tabosa, presidente, e Jamilly Leite vice do Simepe

As pessoas que se dedicam ao ofício médico ficam muito expostas a patrões e alguns líderes empresariais. Você já sofreu alguma retaliação ou a categoria de maneira geral é bastante unida e se protege. Como é que é esse lado para que você fica mais vulnerável?

Isso é uma grande verdade, talvez seja até um dos dificultadores de termos representatividade nas entidades, principalmente nas entidades sindicais, porque é um movimento muito de luta, é um movimento e que surge de uma grande insatisfação. E mudar e ir contra um sistema patronal, muitas vezes é difícil. A gente pode sim, de fato, sofrer algumas retaliações, mas que eu entendo que isso não pode ser um impeditivo, porque se a gente busca mudança, a gente precisa ir à luta.

Então, foi acreditando que poderia se fazer a diferença, que poderia lutar, que não enxergaria isso como um impedimento de fazer as falas, de fazer os posicionamentos, que eu passei a me dedicar a esse movimento. E tive uma grata surpresa, ao conseguir mostrar que com coerência, com falas firmes, sem manchar outras imagens, a gente conseguia se postar e seguir nas negociações com grandes avanços, nem sempre da forma ou nos momentos que nós queríamos, mas sempre dando um passo por vez e avançando para uma conquista maior sempre à frente.

A senhora começou falando sobre a pejotização e entre as prioridades da sua gestão, destaca a valorização dos vínculos formais de trabalho. Como é que faz para essa categoria se livrar desse que a senhora apresentou como um problema, como é que faz para avançar?

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão de todos os processos que discutem na Justiça a contratação de trabalhador que atua como pessoa jurídica para a prestação de serviços, porque tivemos um processo de mudança na CLT, em 2017,que permitiu fazer essa precarização e agora o STF está em conflito com o Tribunal do Trabalho, porque a reforma trabalhista está trazendo danos aos profissionais. Porque não é só médico afetado, são os profissionais de saúde no geral, como enfermeiros e fisioterapeutas. Eles não estão ali de uma forma lucrativa.

Eles estão dando o seu trabalho para cuidar das pessoas e isso não pode ser visto como uma forma de lucro, porque tem uma natureza de sustentação familiar, que se perdeu ao longo do tempo com a precarização. Estamos fazendo um trabalho de conscientização dos colegas, a gente vai fazer um trabalho junto às entidades privadas para que passem a reconhecer a necessidade desse trabalho, a garantir os direitos trabalhistas.

Então a gente vai precisar sentar com todas essas entidades. Inclusive com o sindicato, com quem a gente já vem travando uma batalha para fazer um acordo, uma convenção coletiva de trabalho que, infelizmente, reiteradamente, eles não vêm avançando nessa condição e essa condição coloca não só o profissional de saúde, em em situação de fragilidade, mas os próprios gestores a partir do momento em que não há uma jornada regulamentada através de uma convenção coletiva.

Às vezes você pode ter o melhor argumento, mas pode não ser o melhor momento. Como é que você faz para lidar no movimento sindical, com essa situação em que não dá para avançar?

Essa dosagem, acho que vem muito da transparência. A forma como a gente se comunica com o colega, Quando a gente abre uma mesa de negociação, convida esses colegas a participarem, a sentar junto com os gestores, a entender, a estudar o financiamento, a estudar aquela rede e o que é que pode ser feito. Porque a gente sabe que todos os recursos são finitos. Quando a gente traz isso para o colega de forma clara, de forma transparente, ele passa a refletir e entender que tudo tem seu tempo.

É lógico, a gente sempre quer mais, eu acho que isso faz parte do ser humano. Enquanto a gente não tem objetivos maiores, a gente não caminha, porque a gente já atingindo aquele objetivo. Então, ele entendeu que o objetivo final não foi alcançado, mas foi parcialmente, vai dando gás e força para mais na frente nova mesa a gente seguir aquele objetivo.

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Gostaríamos de saber também sobre sua vida em Caruaru, no agreste. Já lidou com a governadora Raquel Lyra?

Já sim Tem um tempo que eu venho fazendo atuação sindical. Inicialmente fui diretora regional em Caruaru, então tivemos, juntas, em algumas mesas de negociação, com alguns avanços e outros precisaram ficar para um momento mais posterior. A gente conseguiu construir a credibilidade de sentar numa mesa para negociar. A gente espera continuar sempre tem credibilidade, não só com a gestão do Estado, mas com todos os gestores e com outras entidades, porque por vezes sentamos com o Ministério Público. Sentamos com o próprio Conselho Regional de Medicina, com outros sindicatos para que a gente possa fazer uma união de forças para melhorar as condições da rede de saúde.

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Qual balanço pode fazer sobre as negociações salariais?

Em relação ao estado, a gente fez uma negociação, que foi uma negociação pluri-anual, vai julho de 24, 25 e 26. A gente já tem uma reajuste. Continuamos numa mesa com o Estado em relação às condições de trabalho, recursos humanos, provimento, concurso público, que é uma pauta que a gente diz que é perene. Estamos solicitando a mesa de abertura com a Secretaria de Saúde de Caruaru. A gente está aguardando essa resposta.

Vamos fazer nova assembleia para vermos o rumo que esse movimento vai seguir. Queremos acreditar que vamos ter essa negociação em breve. Também temos uma de Petrolina que já perdura bastante tempo e que a gente precisa de fato negociar, a gente não tá conseguindo esse avanço. Pedimos inclusive apoio no momento de fala na própria Câmara de Vereadores de Petrolina. Recentemente fizemos fiscalização em algumas unidades de saúde para ver a infraestrutura dessas unidades e fazer a cobrança secretaria.

Cabo é a pior situação? Reportamos no blog que a gestão trocou e os empresários não pagaram. Ali foi o mais problemático?

Essas mudanças de gestão são muito difíceis. É, Cabo foi um caso bem emblemático, não pagaram nem as contas de energia. Teve um dano para os profissionais. Não foi só o servidor médico, mas diversos servidores, mas também tivemos é atrasos em Timbaúba e Itambé, por exemplo. Tem outros municípios. A gente quando se faz uma contratação de um serviço de saúde, tem que se ter o provisionamento do pagamento daqueles valores, seja por um fundo de participação municipal, seja por um tesouro direto, mas precisa ter um planejamento.

Não pode os servidores trabalharem e ficarem três ou quatro meses sem receberem. Isso não pode, inclusive, porque pode gerar uma desassistência à população, porque quem não está trabalhando de todo o direito de não aparecer. O Cabo de Santo Agostinho foi bem emblemático, porque teve questões gritantes administrativamente e que a gestão, pelo menos na mesa de negociação, vem referindo que está tentando, está empenhada em realizar todas essas regularizações.

Jamildo.com fez diversas matérias denunciando o descaso com os médicos no município do Cabo de Santo Agostinho, desde salários atrasados a falta de insumos.

Aqui, a gente na conversa com o prefeito Simão Durando, ele falou vou pedir para a governadora, que tem que ter atenção e colocar no hospital lá, porque só o universitário que pode dar conta, porque a região é bastante grande.

A região de Petrolina é grande, mas assim, já tem uma cobrança do próprio Simepe ao município, que é ter a abertura de um hospital municipal 24 horas. Eles agora estão com uma nova estrutura, mas que não funciona as 24 horas. Petrolina, pelo porte que tem, é, com mais de 400 mil habitantes, precisa ter uma UPA municipal. Ela precisa ter uma rede municipal mais robusta, ela precisa ampliar suas unidades de saúde da família, até e por conta do seu território que é muito amplo. Então, a gente visitou agora a unidade de saúde da família, que está cerca de 70 km do Digamos do Marco Zero de Petrolina. As unidades de pronto atendimento, elas precisam ter uma estrutura para aquela atendimento de urgência e emergência.

A unidade de saúde da família vem muito mais para uma prevenção, para uma promoção de saúde. Então, a gente não pode colocar para a unidade de saúde da família o atendimento de urgência e emergência. Petrolina precisa de uma maternidade municipal para atender o baixo risco, que agora eles estão com um centro de parto normal, mas que não é uma maternidade com uma equipe de pediatria, de obstetrícia para atender essa gestante. Precisa ser discutido, isso tá inclusive na pauta da mesa de negociação com a Secretaria de Saúde e a gente espera que avance e que a gente consiga diminuir as necessidades de transferência. A gente quer que cada região se desenvolva, que tenha a sua rede de saúde e que a gente possa estar com essa assistência ali próximo do dos pacientes.

Em entrevista ao PodJá, o prefeito de Petrolina, Simão Durando, comentou sobre a necessidade da criação de hospital de grande porte no município.

Sobre uma questão um pouco mais política. Aqui no Recife e sobre que também Gravatá tá acontecendo ou que são essas fiscalizações por parte de alguns vereadores. Vocês chamam de sensacionalismo numa nota. Como é que você vai, assumindo o sindicato, tocar a questão?

Nós fiscalizamos. O Conselho Regional Medicina fiscaliza. Outras entidades profissionais também fiscalizam e a fiscalização sempre é bem-vinda, contanto que seja da forma correta. Então, a gente precisa ter um propósito. Para que que vai servir aquela fiscalização? Qual é o objetivo final? Qual é o relatório que eu vou apresentar? A cobrança eu vou fazer a quem? Então, precisa ter alguns passos para que essa fiscalização ocorra de uma forma adequada e não no midiático. Quando a gente fala do sensacionalismo, é justamente isso. É uma exposição que não vai de fato fazer uma mudança naquele processo. Então, precisa sim que as fiscalizações ocorram e aí não é só Recife, Gravata, no estado de Pernambuco.

É uma pauta que tá a nível o nacional para que isso seja regulamentado a forma. Precisa haver uma responsabilização sobre isso. Toda a fiscalização, ela tem que ser feita de uma forma adequada, responsável, inclusive preservando o sigilo médico, preservando a imagem do paciente, do profissional de saúde. Lógico que o que tiver que ser apurado, tem que ser apurado de uma forma em que todas as partes depois possam sentar, fazer suas defesas, fazer suas colocações e buscar a melhoria, porque só levar os problemas sem pensar na solução são, não vai melhorar a vida de ninguém. Só jogar para a plateia. A gente quer ações efetivas que respeitem a unidade, respeitem os fluxos de funcionamento, até porque existem áreas que são restritas, algumas atividades não podem ser interrompidas e que isso precisa fazer da forma adequada para surtir o real efeito, que é de melhoria das condições, da infraestrutura.

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A influenciadora Jojo Toddynho criticou o SUS e provocou reações nas redes sociais, que gerou uma resposta do Ministério da Saúde ao fazer uma cartilha com a referência da música "Que Tiro Foi Esse". Ela considerou hipocrisia pessoas que defendem o SUS, publicamente, mas possuem um plano de saúde. Existe contradição nisso?

A gente precisa defender o SUS. Ele é um um sistema de saúde que nenhum outro lugar do mundo tem. Temos diversos desafios. O SUS ele não está só numa unidade de saúde, num hospital, mas ele está num restaurante que você está com entra, na vacina que você vai tomar, numa viagem que você vai fazer no exterior, porque se você não tiver com sua saúde em dia, com sua vacinação em dia, você também não consegue. Então, o SUS é muito mais amplo do que só um plano de saúde. A gente tem a própria rede de transplante e os transplantes são realizados através do Sistema Único de Saúde.

Então a gente não pode dizer que não existe. Todos nós utilizamos o SUS, todos nós devemos defender. Queremos, enquanto sociedade, uma melhoria do acesso, é uma melhoria da rede em termos de quantidade aqui, em termos de quantidade de recursos humanos, de infraestrutura. Se a gente de fato tivesse toda essa infraestrutura de saúde, não precisaria existir planos de saúde, porque os planos de saúde vêm aí hoje a gente sabe que uma parte que quer um lucro, virou um um grande mercado financeiro, que investidores fazem aquisições de planos de saúde para lucrar. A saúde não é lucro, a saúde tem é um investimento.

O Samu completa no próximo domingo, 27 de abril 20 anos de fundação e também é alvo de algumas críticas. Poderia falar um pouco sobre o atendimento?

O SAMU é quem vai fazer seu primeiro atendimento de rua diante de um acidente. E se você não tiver ali, às vezes você tá numa condição que tá inconsciente, que não pode nem informar que tem um plano de saúde. O seu primeiro atendimento vai ser no SUS. Vai ser clínico, vai estar ali com a equipe toda pronta, disposta para lhe atender e salvar. Então, a gente precisa de fato valorizar o SUS, tem os desafios, tem sua necessidade de melhoria, mas a gente não pode menosprezar de forma alguma.

Houve um trauma com o governo Lula com o governo especificamente entre a categoria durante o Mais Médicos, o que que aconteceu ali para haver uma indisposição tão grande, quando se sabe que essa distribuição de até já comentou isso aqui no começo, que essa distribuição espacial dos médicos ela não é a ideal e o programa tentou suprir.

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Naquele momento houve um uma troca de por uma necessidade de acesso da população. E aí houve um questionamento por trazer principalmente médicos que não tinham seu diploma revalidado dentro do país. Para exercer a medicina, como em qualquer outro lugar do mundo, você precisa precisa ter seu diploma revalidado naquele país. Junto com ela veio uma questão de provimento para os interiores, para regiões que era mais difícil prover esse médico, mas não teve uma fixação de fato desse colega lá, um plano de cargos e carreiras que fizesse com que ele pudesse pensar na sua vida ali, mais perene.

Pesquisa médica está longe da realidade do profissional de Pernambuco? É uma área que preocupa aqui no Estado?

Falta investimento de pesquisa em nosso país. Investir em médicos pesquisadores. Temos pouco incentivo à pesquisa. Muitas vezes, o próprio pesquisador é quem está contribuindo para o seu financiamento e correndo atrás de recursos. A gente precisa de um governo federal que faça esse incentivo para que possamos avançar e deter nossas tecnologias. Os médicos mais jovens precisam se envolver mais com pesquisa. Por isso precisamos do incentivo do governo federal, da iniciativa privada, porque toda a tecnologia que venha para ajudar a medicina e a humanidade precisa ser aproveitada.

E o que é que a gente podia falar sobre os novos formandos de medicina. Qual vai ser a orientação ou a prática do sindicato para que haja mais médicos e médicos melhor formados?

A gente está num movimento de aproximação das unidades formadoras. A gente precisa fazer com que o médico se prepare. Que esse estudante de medicina se prepare para esse mercado de trabalho que não está fácil. A faculdade pode ser uma grande fomentadora para que esse médico entre no mercado de trabalho sabendo como organizar a carreira dele. Porque isso vai fazer ele aprender a gerir a sua carreira. E isso eu acho que vai ser o grande diferencial, porque quando o médico se forma sem entender como é que é o o trabalho dentro do SUS, a necessidade de um concurso público.