Número de afastamentos por transtornos mentais cresceu 134% em dois anos; dados reforçam importância da continuidade de tratamentos
por Plantão Jamildo.com
Publicado em 11/11/2025, às 17h12
Afastamentos por saúde mental subiram 134% entre 2022 e 2024, segundo o MPT.
Principais causas são ansiedade, depressão e síndrome de burnout.
Consumo de antidepressivos como Sertralina e Escitalopram aumentou no período.
Programas de Benefícios em Medicamentos ajudam a garantir continuidade dos tratamentos.
Os afastamentos do trabalho por motivos relacionados à saúde mental cresceram 134% entre 2022 e 2024, segundo dados do Ministério Público do Trabalho (MPT). O total de licenças passou de 201 mil para 472 mil em dois anos, impulsionado, principalmente, por casos de ansiedade, depressão e síndrome de burnout.
O aumento reflete uma preocupação crescente com o bem-estar psicológico no ambiente de trabalho e o impacto econômico associado à continuidade dos tratamentos. O cenário é acompanhado por uma expansão no consumo de medicamentos voltados ao Sistema Nervoso Central (SNC).
Estudo da Epharma sobre o Evolução do Market Share de Classes Terapêuticas mostra que, no período pós-pandemia, a participação dos remédios para o SNC no mercado total subiu de 21,91% para 26,76%, um avanço de 4,85 pontos percentuais. Entre os fármacos mais consumidos estão Sertralina e Escitalopram, usados no tratamento de ansiedade e depressão.
De acordo com Luiz Monteiro, presidente da Associação Brasileira de Operadoras de Planos de Medicamentos (PBMA), garantir a continuidade do tratamento é essencial para evitar agravamentos.
“É fundamental garantir o acesso e a continuidade de tratamentos para ansiedade, depressão e outras condições, como os que envolvem Sertralina e Escitalopram, cujos tratamentos não podem ser descontinuados sem acompanhamento médico”, afirmou.
Monteiro destaca que os Programas de Benefícios em Medicamentos (PBM) podem ser decisivos nesse processo, ao assegurar acesso facilitado aos remédios de uso contínuo. Segundo ele, os custos dos medicamentos da classe do SNC são elevados e podem comprometer parte importante da renda familiar.
“O funcionário de uma empresa em que o pagador institucional arca com o custo dos medicamentos prescritos pode ter um subsídio de até 100% para a compra dos fármacos, reduzindo as chances de interrupção do tratamento”, explicou.
Ele também apontou que empresas que adotam o modelo de PBM tendem a observar menor absenteísmo e maior satisfação entre os colaboradores.
“Ao atuar no acesso e controle às terapias prescritas, os Programas de Benefício em Medicamentos ainda podem ajudar a diagnosticar usos indevidos ou demasiados, causadores de queda no rendimento e no chamado presenteísmo, quando o colaborador está presente, mas não consegue desempenhar plenamente suas funções”, concluiu.